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Notícias | Região SERRA GAÚCHA

"Tivemos que buscar nossa mãe dentro de um caixão", desabafa filha de vítima de acidente na Rota do Sol

Além da mulher, de 57 anos, homem de 61 morreu após veículo invadir pátio de casa; ambos moravam em Canela. Polícia acredita que condutor estava bêbado

Publicado em: 19.09.2023 às 16:53 Última atualização: 19.09.2023 às 18:18

Os dois passageiros que morreram em um acidente de trânsito na RSC-453 (Rota do Sol) na noite de sábado (16) eram moradores de Canela. O casal foi identificado como Homero Silva, 61 anos, e Juçara Terezinha Carlette, de 57. O condutor do veículo, de 26 anos, e outro passageiro, de 39, ficaram feridos e foram encaminhados ao hospital de São Francisco de Paula.

Segundo a ocorrência, o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) estava atuando na fiscalização do trânsito no quilômetro 251 da rodovia quando deu ordem de parada para um Chevrolet Kadett, que não obedeceu e saiu em alta velocidade. Os policiais militares tentaram seguir o carro, mas o condutor conseguiu fugir.

Por volta das 20h30, o CRBM foi comunicado sobre um acidente de trânsito, em que um veículo tinha invadido o pátio de uma casa, nas margens da rodovia, na localidade de Aratinga. Ao verificar a situação, foi constatado que o carro era o mesmo que tinha fugido na barreira policial. Homero e Juçara morreram no local.

"A família está bem abalada"

Casal de Canela morre após acidente de trânsito na Rota do Sol
Casal de Canela morre após acidente de trânsito na Rota do Sol Foto: Divulgação
A filha da vítima Ketsilaine Carlette Pereira conta que os quatro ocupantes do carro estavam indo para uma festa de aniversário em Torres. Todos, no período da tarde, teriam participado de um evento de final de um campeonato de bocha em Canela e ingerido bebida alcoólica.

Segundo Ketsilaine, o Kadett era de Homero, mas a informação que chegou para os familiares é de que as duas vítimas que vieram a óbito estavam no banco traseiro do carro, sem cinto de segurança. Depois de diversas tentativas de contato com a mãe, receberam a notícia do falecimento. "A família está bem abalada", conta.

Natural de Florianópolis, Juçara morava em Canela há, pelo menos, 15 anos. Ela e Homero tinham um relacionamento há cerca de sete anos. Ainda de acordo com a filha, as famílias de ambos não eram favoráveis ao namoro. "Mas a minha mãe era apaixonada por ele e ele por ela. Eles brigavam, mas logo estavam de volta. Minha mãe dizia que eles nunca iam se separar, tanto que morreram juntos", desabafa Ketsilaine.

Os familiares buscam por esclarecimentos e querem entender o que motivou o condutor a fugir. "A gente não quer culpar ninguém, porque estavam os quatro bêbados, mas queremos saber o motivo do motorista não ter parado. Se ele tivesse parado o carro, isso não teria acontecido, ela estaria viva. Tivemos que ir buscar a nossa mãe dentro de um caixão", lamenta a filha.

"Minha mãe era uma mulher guerreira, trabalhadora, batalhadora. Uma mulher de bem com a vida sempre, gostava de sair, tomar a cervejinha dela, mas não tinha intriga com ninguém", pondera a filha.

"Nas redes sociais, as pessoas têm falado que eles eram amantes, mas isso é mentira. A ex-esposa do Homero estava junto com a gente quando fomos reconhecer os corpos. É triste porque já estamos vivendo o luto e nunca mais veremos a nossa mãe."

O corpo de Juçara foi velado em Canela, e o enterro ocorreu em Cambará do Sul. Ela deixa ainda os filhos Thainara e Raphael e dois netos. 

Investigação

A delegada responsável pela investigação, Fernanda Aranha, destaca que a ocorrência foi primeiramente registrada na Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) de Taquara e depois transferida para a Delegacia de São Francisco de Paula. “Foi instaurado inquérito policial e solicitada perícia mecânica do veículo”, atesta.

A Polícia Civil também está acompanhando o estado de saúde dos ocupantes que sobreviveram para que possam prestar depoimento.

Segundo a delegada, um dos motivos apontados para a fuga seria por causa do estado de embriaguez do condutor, apresentado na ocorrência do CRBM, e que a condição será verificada nos prontuários médicos. 

Mônica Pereira

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Mônica Pereira

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