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Notícias | Região EDUCAÇÃO

Ensino médio integral já é realidade na região; saiba como funciona a modalidade

Instituto Estadual de Educação Sapiranga é uma das 18 escolas do Estado que passam pela transição no segundo semestre de 2023

Publicado em: 24.09.2023 às 09:40 Última atualização: 24.09.2023 às 09:49

O ensino médio em tempo integral está se tornando realidade no Rio Grande do Sul. Nesta semana, entre os dias 18 e 22, as instituições de ensino que estão realizando a transição para a nova proposta curricular, viveram uma semana de acolhimento, com práticas educativas que contribuem para a formação dos estudantes em todas as suas dimensões.

O evento, que é promovido pela Secretaria da Educação (Seduc), é uma integração entre educadores, alunos e equipes diretivas.

O Instituto Estadual de Educação Sapiranga, no bairro Centenário, é uma das 18 escolas do Estado que passam pela transição no segundo semestre de 2023, mesmo que a carga horária diferenciada e os componentes curriculares já estejam valendo desde 2018. Isso porque a instituição foi uma das primeiras do Estado a contar com a modalidade.


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Na quinta-feira (21), os alunos dos 2º e 3º anos da escola de Sapiranga, com a mediação de jovens protagonistas do Programa ICE da Paraíba e Pernambuco, participaram de atividades voltadas para o desenvolvimento pessoal, decisão da trajetória profissional e projetos de vida.

Na sexta-feira (22), as quatro turmas apresentaram os resultados da imersão. Na região, além de Sapiranga, as escolas A J Renner, de Montenegro, Adelina da Cunha, de Parobé, e Fernando Ferrari, de Campo Bom, também recebem a programação.

Desenvolvimento

Para o diretor do Instituto, Emerson Vecchietti, o momento propicia a interação entre colegas, incentiva o protagonismo juvenil, e é uma oportunidade de resgatar sonhos. "O objetivo é torná-los mais comunicativos. Que sejam ativos, e consigam desenvolver na prática o que aprenderam na teoria", destaca.

São 647 estudantes matriculados na escola, que oferece ensino médio e magistério na parte da tarde. Desde que o currículo em tempo integral se tornou realidade, os alunos chegam às 7 horas e saem às 16h30.

Adaptação

A mudança, de acordo com, Veccietti gerou algumas resistências por parte do responsáveis. "Alguns acabam não chegando ao terceiro ano, pois precisam ajudar na renda familiar. Falta um pouco de estímulo. No início, os alunos sofreram um pouco para se adaptar ao horário prolongado, mas é até se acostumarem", observa.

A professora que acompanha os estudantes na disciplina de projeto de vida, Denise Klippel, comenta que as atividades servem para estimular os jovens a se expressar e resgatar aqueles em vulnerabilidade social.

"Temos alunos que passaram pelo ensino em tempo integral e hoje são maquiadoras, enfermeiros, médicos. Tudo veio daqui. Eram pessoas tímidas, muitas vezes retraídas, e hoje são líderes", avalia.

Até 2026 a modalidade está prevista para avançar a 50%

A expansão do ensino médio em tempo integral é um projeto da Secretaria de Educação para o período 2023-2026, e visa atender à meta do Plano Nacional de Educação, que prevê transformar, até 2026, 50% das instituições de ensino médio da rede pública em escolas de tempo integral, além de atingir um índice de 25% de matrículas nessa modalidade.

Em 2023, a rede estadual já conta com 111 instituições ofertando esse modelo de ensino no Estado. No modelo em tempo integral, são ofertadas nove horas de aulas diárias, que compõem uma matriz curricular própria. Ao todo, são 1,5 mil horas de atividades por ano e 4.5 mil horas até a conclusão do ensino médio.

Estudantes contam que se sentem estimulados a partir das atividades


Henrique e Gabriela aprovaram a atividade na escola | Jornal NH
Henrique e Gabriela aprovaram a atividade na escola Foto: Laura Rolim/GES-Especial

A aluna do 2º ano Gabriela Novaes, 17, conta que está achando divertido participar das atividades. "É bom sair um pouco da rotina. Eles [mediadores] nos motivam bastante. Falam sobre sonhos, a não desistir. Vou levar essa experiência para a vida", diz a jovem, que ainda está indecisa sobre o que seguir na carreira profissional. O desejo de Gabriela é ser atriz de novela. "Eu sinto um pouco de medo. É difícil. Mas tenho que ter persistência", desabafa.

Já Henrique Diehl, 17, conta que decidiu o que quer fazer no futuro através da disciplina de projeto de vida. "O meu primeiro plano é fazer alguma faculdade na área de TI. Quero ser programador", afirma. Sobre as atividades de integração, ele diz que se sente estimulado a pensar no futuro. "É legal, porque eles têm uma linguagem mais parecida com a nossa. Estão mais perto da gente", diz, se referindo aos mediadores da semana de acolhimento.

Laura Rolim

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Laura Rolim

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