"Perda que não tem reparação": Mãe pede justiça um mês após morte da filha que teve gaze esquecida no corpo
Mariane Rosa da Silva Aita passou por uma cesariana, deu à luz uma menina no dia 12 de junho e, após receber alta, começou a sentir dores abdominais
Há pouco mais de um mês, em 23 de agosto, uma mulher de 39 anos morreu no Hospital São Francisco de Assis, em Parobé. A paciente, Mariane Rosa da Silva Aita, havia passado por uma cesariana na instituição em 12 de junho, mas, após a alta, passou a sentir dores abdominais e, no mês de agosto, precisou ser internada novamente. A mulher passou por nova cirurgia, mas não resistiu.
Ela tinha seis filhos: a menina recém-nascida de dois meses, outra de 10 anos, um jovem de 22, e três meninos, de 11, 8 e 4 anos.
A mãe de Mariane, Márcia Rosa da Silva, é quem tem tomado conta de cinco dos seis netos; a menina mais velha está com uma irmã de Márcia. A avó das crianças conta da dificuldade que tem sido amparar os netos ao mesmo tempo em que lida com a própria dor. "Muito difícil, é uma perda que não tem reparação."
Leilão da Carris ocorre nesta segunda-feira; veja o que será oferecido e como vai funcionar
Interligação de rede pode causar falta de água em Sapucaia do Sul
Menino morre após ter 80% do corpo queimado no Vale do Caí
Da UPA, ela foi encaminhada de volta a Parobé, onde ficou internada na unidade de terapia intensiva (UTI). Após nove dias na casa de saúde, veio a óbito.
Família busca por justiça
Márcia busca justiça pelo que aconteceu com a filha. "Só não quero que façam para outros", apela. "Outra mãe, outros filhos ficarem assim nesta situação. Já estou conformada se não puderem mais fazer isso para ninguém."
A morte de Mariane é investigada pela Polícia Civil. Segundo o delegado Francisco Leitão, titular da Delegacia de Parobé, a apuração deve indicar se houve erro médico, o que faria com que o óbito fosse classificado como homicídio culposo.
Até agora, a Polícia ainda não sabe se alguém será responsabilizado. "Caso seja verificada alguma conduta criminosa, pode haver o indiciamento de alguma pessoa", antecipa o delegado.
A advogada Ariane Carvalho Costa Leite, que representa a família de Mariane, afirma que o prontuário médico foi remetido à Polícia Civil. "O objetivo da família é, a partir da conclusão do inquérito civil e do inquérito penal, buscar a responsabilização cível e criminal dos responsáveis."
Obstetra foi afastado
No dia 25 de agosto, o hospital afastou o médico responsável pelo parto de Mariane. Nesta segunda-feira (2), a Associação Beneficente de Parobé afirmou à reportagem que o obstetra segue afastado.