"Comprei um espião pra tentar me proteger": Motoristas de aplicativo investem em câmeras de segurança
Alto investimento torna aquisição da câmera de segurança inacessível para grande parte dos profissionais
Convivendo com o medo e a falta de segurança há, pelo menos, três meses, motoristas de aplicativo do Vale do Sinos estão adotando métodos próprios para se proteger ou, ao menos, inibir a ação de criminosos. A estratégia mais recente adotada pelos profissionais é equipar os veículos com câmeras de segurança.
Um aparelho discreto, fixado no para-brisa do carro, agora é o companheiro de viagem do motorista Jean da Silva, de 47 anos, de Novo Hamburgo. “Não teve jeito. Com essa onda de ataques, comprei um 'espião' pra tentar me proteger”. Espião é o termo que o motorista usa para se referir à câmera de segurança.
Ele concluiu a instalação na tarde de terça-feira (24), dia em que um colega de profissão foi baleado na ERS-239, no bairro São Jorge, em Novo Hamburgo. “O equipamento chegou semana passada, mas corri pra instalar ontem [terça], após esse último caso contra um colega”, explica.
O investimento foi de R$ 1.800, contando a câmera e a instalação. O equipamento tem memória interna e externa, visão noturna e realiza filmagens de dois ângulos (da rua e da parte interior do veículo) simultaneamente. Além disso, capta o áudio ambiente.
O alto investimento torna a aquisição da câmera de segurança inacessível para grande parte dos profissionais no momento. “Estou pesquisando para comprar uma, mas não baixa de R$ 1.200 o valor. É um investimento alto, que me impede de fazer a compra imediata”, coloca Oziel Oliveira Medeiros, 40.
Conforme o morador de Estância Velha, os aplicativos oferecem sistema de monitoramento em tempo real, contudo, não são eficientes para inibir a ação de criminosos. “Tem que aparecer a câmera, os caras precisam ver que estão sendo filmados”, opina.
Motorista baleado de raspão potencializa o medo
O assalto que terminou com o motorista Luis Evencio Figuera Melendez, 36, baleado com um tiro de raspão na cabeça, serviu para espalhar ainda mais medo entre os profissionais do Vale do Sinos. “Estamos todos assustados. Vamos começar a negar corridas para alguns locais que sabemos ser de risco e desabilitar a opção de pagamentos em dinheiro”, avisa Oziel Medeiros.
DECAPITAÇÃO: Caso do morador de Ivoti que teve cabeça cortada e partes do corpo jogados em arroio vai a julgamento; relembre
Morador é supreendido por ladrão ao chegar em casa; homem foi ferido com pé de cabra e golpes de faca
GOLPE DO FALSO 0800: Como estelionatários se passam por telemarketing de bancos para tirar milhares de reais de clientes