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Notícias | Região BARBÁRIE

Ex-casal vai a júri por matar e incendiar mendigo em Novo Hamburgo

Mulher parou viatura e surpreendeu policiais com a confissão de crime brutal cometido em uma casa abandonada

Publicado em: 06.11.2023 às 20:17 Última atualização: 10.11.2023 às 18:59

Uma mulher de 37 anos e o ex-namorado de 46 anos irão a júri nesta quinta-feira (9), no fórum de Novo Hamburgo, pela morte brutal de um mendigo. A dupla é acusada de dar vários golpes de picareta e depois carbonizar a vítima com uso de álcool em gel.

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Imóvel no bairro Ideal, em Novo Hamburgo, está tomado por vegetação e entulhos | Jornal NH
Imóvel no bairro Ideal, em Novo Hamburgo, está tomado por vegetação e entulhos Foto: Silvio Milani/GES-Especial

O crime aconteceu em uma casa abandonada na esquina das ruas Machado de Assis e Tuperandi, no bairro Ideal, na madrugada de 23 de julho de 2021. Demorou mais de um mês para a identificação do homem, Antonio José Berman, 61.

A acusada fez uma confissão insólita. No dia seguinte ao fato, quando a Polícia ainda não tinha informação de incêndio criminoso nem sabia quem era o morto, a mulher parou uma viatura da Brigada Militar em São Leopoldo, próximo ao limite com Novo Hamburgo, e contou uma história surpreendente. Disse que queria se entregar porque, junto com o namorado, havia “picotado” e ateado fogo em um homem.

Detalhes

Ela levou os policiais à casa. Era a mesma onde um corpo carbonizado tinha sido localizado. Detalhou que, enquanto o parceiro asfixiava o mendigo, ela o golpeava na barriga. Depois atearam fogo no homem, sem especificar se já estava morto. O motivo, conforme definiu, foi “justiça com as próprias mãos”. Disse que a vítima teria tentado abusar dela.


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Também afirmou que ela, o namorado e a vítima eram conhecidos. A Polícia acredita que os três teriam passado a noite usando drogas. No dia da confissão, foi decretada a prisão preventiva da ré. No interrogatório em juízo, porém, ela optou pelo silêncio. Continua recolhida. O júri está marcado para as 9 horas e deve terminar na madrugada de sexta-feira (10).

Réu nega participação e chama a ex de “violenta”

O ex-namorado, que responde em liberdade, nega envolvimento e joga toda a suspeita para a ex-namorada. Declarou que teve breve relacionamento com ela, a quem definiu como “desequilibrada e violenta”. Contou que a acusada já tinha tentado esfaqueá-lo e que havia se afastado dela, em julho de 2021, ao levar um tapa no rosto durante discussão. Contou que a ré usava cocaína e garantiu que ele não.

O réu afirmou não saber nada sobre o crime e que nunca esteve naquela casa abandonada. Alegou ainda que não conhecia a vítima e que, na noite do crime, estava cuidando de um pavilhão em São Leopoldo. No entanto, além da delação da ex-namorada, há imagens de câmeras de segurança que mostram um casal saindo da residência logo após o incêndio. O réu tem uma condenação a 15 anos por homicídio, pena que frisa já ter cumprido.

“Era uma pessoa tranquila, que não incomodava”

Berman estava há cerca de um ano na casa. Dizia para a vizinhança que tinha permissão do proprietário. “Era uma pessoa tranquila, que não incomodava”, recorda um morador das imediações. “Já demos dinheiro para ele limpar aqui na frente. Tinha um cachorro, que sumiu depois desse fato triste.”

Ele lembra da noite do incêndio. Conta que moradores da Rua Machado de Assis, acordados pelo barulho do fogo, chamaram os bombeiros por volta das 3 horas. Pela janela, os militares avistaram um corpo carbonizado ao lado de um colchão queimado. O fogo ficou concentrado nos arredores da vítima. Havia muito lixo, o que dificultou o trabalho de combate ao incêndio.

Hoje, apesar de não ter sido incendiado por inteiro, o imóvel está destruído pelos anos de abandono e depredação. Está tomado por vegetação e entulhos, em meio a uma área residencial perto da BR-116.

Silvio Milani

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Silvio Milani

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