Comusa investe R$ 70 milhões para tratar 50% do esgoto hamburguense

Hoje, apenas 7,5% do esgoto na cidade é tratado. Com nova estação, expectativa é elevar o patamar do saneamento básico no município

Francine Silva

Conteúdo Especial | Núcleo 360

Uma conquista não só para a cidade, mas para a qualidade de vida de toda a população da região. Assim é visto o investimento de R$ 70 milhões na construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Luiz Rau, considerada a maior obra da história da Comusa e, inclusive, a maior obra de saneamento em execução na América Latina. Quando finalizada, a ETE será responsável por tratar 50% do esgoto produzido em Novo Hamburgo. Um salto no índice de saneamento básico do município visto que, hoje, são tratados apenas 7,5% do esgoto gerado na cidade. ““Nos acostumamos a ver o Luiz Rau sujo correndo a céu aberto no centro da cidade e isso é inconcebível. Nosso objetivo, desde que demos início ao trabalho nesta gestão, junto à prefeita Fatima Daudt, é devolver uma água limpa para o Rio dos Sinos”, destaca o vice-prefeito e diretor-geral da Comusa, Márcio Lüders.

ETE Luiz Rau

Para ele, o tratamento dos resíduos vai impactar não só a qualidade de vida dos hamburguenses, mas da população como um todo, já que o Rio dos Sinos receberá menos dejetos. “O nosso rio é considerado classe 4, ou seja, tão poluído quanto o Tietê, em São Paulo”, observa, ao frisar o trabalho eficaz da Comusa em entregar essa água tratada para a população. “Muita gente pode não notar o trabalho dos nossos servidores que está por trás de abrir a torneira e ter uma água dentro dos padrões elevados exigidos pelo Ministério da Saúde. É nosso desafio diário: tratar e transformar em água potável para toda a comunidade”, salienta.

Mas Lüders pontua que não adianta apenas tratar a água se não tem como entregá-la, de forma satisfatória, para a população. “Por isso, investimos todos os anos em substituição das redes de ferro e fibrocimento por novas redes de PEAD. Ao todo, foram substituídos mais de 450 quilômetros dos 900 totais, todos com investimentos próprios. Um material moderno e mais eficiente que garante redução nos vazamentos e no tempo de conserto. Aliado à ampliação do uso de válvulas reguladoras de pressão (VRPs), que reduzem em até 100% os vazamentos onde são instaladas”, detalha. 

ENTREVISTA | Márcio Lüders, vice-prefeito e diretor-geral da Comusa

Márcio Lüders

Qual o salto do saneamento básico e da oferta de água potável em Novo Hamburgo?
Em 2023, ao completar 25 anos, o objetivo da Comusa é ampliar a área que sempre faltou no município: o tratamento de esgoto. Enquanto no tratamento de água já alcançamos 98% de toda Novo Hamburgo, tratamos apenas 7,5% de todo o esgoto produzido na cidade. Então, essa data comemorativa é ainda mais significativa pois lançamos o edital da nova Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Luiz Rau, a maior obra de saneamento atualmente em toda a América Latina, que vai ter um impacto direto na qualidade de água do Rio dos Sinos e, sozinha, tratar mais de 50% de todo esgoto do Município.

Nesses 25 anos, qual foi o maior desafio da companhia?
O maior desafio é diário. Todos os dias, temos que captar a água do Rio dos Sinos, considerado, hoje, como um rio classe 4, ou seja, tão poluído quanto o Tietê, em São Paulo, tratar, e transformar em água potável para toda a comunidade. Muita gente pode não notar o trabalho dos nossos servidores que está por trás de abrir a torneira e ter uma água dentro dos padrões elevados exigidos pelo Ministério da Saúde. Mas é isso que, 24 horas por dia, 7 dias por semana e 365 dias por ano fazemos na Comusa.

Como você avalia a relação da comunidade com a Comusa?
A Comusa é uma conquista da comunidade hamburguense. Ela nasceu de uma revolta com o serviço prestado à época e um clamor popular por ter atendimento em água potável no município. Hoje, podemos ver que a comunidade entende o diferencial da Comusa como uma autarquia da cidade pois, tudo que ela arrecada, é devolvido pra essa mesma população em forma de investimentos. Em um sistema estadual, esses recursos se perdem em outras cidades e dificilmente voltam para benefício da cidade. Aqui, os investimentos ficam. E com isso, estamos sempre buscando melhorar ainda mais o atendimento de Novo Hamburgo.

O que representa a obra de R$ 70 milhões para a Comusa? E quais os benefícios para a comunidade?
Essa é a maior obra da história da Comusa. A ETE Luiz Rau é o primeiro passo para tratarmos todo o esgoto. Nos acostumamos a ver o Luiz Rau sujo correndo a céu aberto no centro da cidade e isso é inconcebível. Enquanto isso, na Europa, vimos rios piores serem recuperados e a população podendo aproveitar esses mananciais com suas famílias sem odor desagradável e sem toneladas de lixo sendo jogadas. Com o tratamento desses resíduos, nosso objetivo é devolver uma água limpa para o Rio dos Sinos e garantir o futuro das próximas gerações.

E o que vocês esperam para o futuro?
O objetivo inicial da Comusa era garantir o abastecimento da nossa cidade. Isso, hoje, é garantido. Mas, já pensando no futuro, estamos trabalhando na ampliação do abastecimento, retomando as obras de ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA), que vai garantir mais 25% de água tratada todos dias. Isso envolve uma nova adutora, maior, que vai trazer a água da estação de captação, novos tanques de tratamento, já construídos, e uma nova casa para abrigar as bombas de captação, mais elevada e com novas tecnologias que, inclusive, devem garantir o abastecimento initerrupto mesmo em época de enchentes.

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