A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (15) uma operação para desarticular um esquema fraudulento dentro do Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS). Segundo a investigação, pessoas de fora do órgão tiveram acesso à senha de um servidor e usaram a permissão para realizar procedimentos como transferência de veículos, emplacamento e mudanças de numerações de chassis. Tudo de forma ilegal. A Polícia acredita ainda que mais de R$ 450 mil em pagamentos deixaram de ser feitos.
A Operação Transitório cumpriu 18 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Canoas, Bento Gonçalves, Flores da Cunha, São Luiz Gonzaga, Santiago e São Borja. Três pessoas foram presas temporariamente, duas em Porto Alegre e uma em Santo Antônio das Missões. Uma pessoa permanece foragida.
As investigações são conduzidas pela Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública e Ordem Tributária (Deat) que estima que quase mil procedimentos realizados no Gerenciamento de Informações do Detran-RS (GID) –, que reúne dados cadastrais de veículos – de forma ilegal. Os suspeitos faziam as transações, em sua maioria, em horários noturnos e finais de semana.
A suspeita é que a senha de ao menos um servidor público do órgão tenha sido obtida de forma ilícita pelos investigados, ou de alguma forma a estes repassada. Ao fraudar informações – como o nome do proprietário, a existência de multas ou numeração do chassi e do Renavam –, os suspeitos evitavam determinados pagamentos ao órgão público. Até mesmo carros em nome de pessoas mortas foram transferidos de forma fraudulenta. Até o momento, 322 placas de automóveis haviam sido alteradas.
A Polícia descobriu a fraude após denúncia remetida pela Corregedoria do Departamento Estadual de Trânsito.