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Notícias | Rio Grande do Sul Polícia

Taxistas protestam pela morte de colega encontrado morto em Gravataí

Dois menores de 15 e 17 anos foram capturados por envolvimento no assassinato

Publicado em: 23.01.2019 às 00:00 Última atualização: 23.01.2019 às 21:27

Paulo Pires/GES
Manifestação em Canoas: cortejo com buzinaço, faixas e cartazes
Hoje trabalhando como segurança, João Lauro Garcia foi taxista durante quase 15 anos em Porto Alegre. Foi ele quem conseguiu o “primeiro carro” para que o primo Ermínio Oliveira da Silva Júnior, 39 anos, desse início ao trabalho na profissão. Ainda com muitos amigos atuando no ponto da Estação Rodoviária Central onde trabalhara, recebeu a ligação na terça-feira (22) de que seu primo havia pegado uma “corrida” que os outros colegas haviam recusado. “Ali já bateu a aflição”, desabafa.

“Eles sentiram a maldade dos guris e não quiseram levar, mas o meu primo achou que não dava nada.” Após ter passado boa parte da tarde tentando contatar o parente, acabou sendo comunicado que o táxi foi achado morto. “Minutos depois me chamaram para fazer o reconhecimento do corpo”, suspira. “Meu primo não merecia isso. Ele não merecia morrer desse jeito”, falou, em tom de revolta, durante o velório em Canoas à tarde. O cortejo fúnebre até o sepultamento do trabalhador no Cemitério Santo Antônio serviu para que dezenas de taxistas promovessem mais um protesto pedindo segurança.

O desespero de parentes e amigos se deve à violência sofrida pelo motorista nas mãos dos menores de 15 e 17 anos durante o latrocínio. Conforme parentes, Ermínio Oliveira recém se recuperava de uma cirurgia e ainda estava muito debilitado. “Um deles (assassinos) aplicou um mata leão nele”, apontou o também colega Israel Munhoz. “E depois deram uma tunda até quase matar. Acho que até com pedaço de pau acertaram. Não sei para que tanta maldade!”, lamenta.


Um crime bárbaro, segundo o delegado

Conforme o delegado Gustavo Bermudez, que assumiu a 2ª Delegacia de Polícia (DP), tudo indica que os menores passaram com o táxi por cima do corpo do trabalhador. “Eles já pegaram o táxi na capital com o objetivo de roubá-lo. Na free way, anunciaram o assalto. Agora, o que mais surpreende é tamanha violência que empregaram contra o trabalhador”, frisou. “Até por que eram dois primos sem ligação com nenhuma facção”, continua. “Foi um crime bárbaro. E parece que fizeram tudo por pura farra.”


Saiba mais

Ermínio Oliveira da Silva Júnior, 39 anos, trabalhava há 20 anos como motorista de táxi. Ele era morador do bairro Mathias Velho, em Canoas. Era separado e deixou três filhos - uma adolescente de 16 anos e dois meninos de 13 e 3 anos. Somente a criança não foi levada ao sepultamento. Sobre o caixão, havia uma bandeira do Grêmio. Ermínio Oliveira era um fanático pelo tricolor portoalegrense.


Ação rápida

Em virtude de uma verdadeira caçada a criminosos na terça-feira em Gravataí, que trouxe centenas de policias espalhados pela cidade, ajudou a rápida localização dos dois adolescentes capturados pela Brigada Militar (BM) no final da tarde próximo ao Passo das Canoas. A Promotoria de Justiça de Gravataí ofereceu ao Juizado da Infância e Juventude da Comarca a representação pedindo a internação dos menores de idade na Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase).

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