Primeira testemunha da acusação a ser ouvida no julgamento da morte de Bernardo Boldrini, em Três Passos, a delegada Caroline Machado, que investigou o caso, confirmou que Graciele Ugulini, madrasta do menino, pagou R$ 6 mil reais como recompensa pela ajuda na realização do crime. Outros R$ 90 mil teriam sido prometidos. O julgamento é conduzido pela juíza Sucilene Engler e começou na manhã desta segunda-feira (11). No banco dos réus também estão o pai da criança, Leandro Boldrini, e Edelvânia Wirganovicz e seu irmão Evandro Wirganovicz.
A delegada resumiu para a juíza as conclusões da investigação. Ela era titular de Três Passos e esteve a par de todas as diligências. Caroline disse que a opinião geral era de que Bernardo sofria com abandono e desafeto do pai. "Vários depoimentos nesse sentido", afirmou.
Para delegada, demora no registro do desaparecimento fez parte de estratégia dos réus para montar álibi. Leandro teria efetivamente procurado o filho dois dias depois. Bernardo "era torturado psicologicamente", apurou a Caroline, que lembra que as duas rés foram reconhecidas comprando ferramentas, soda cáustica e midazolan. Também foi apurado que várias ampolas de midazolam estariam faltando na clínica onde Leandro, médico, trabalhava.
O depoimento da delegada Caroline Machado prosseguia até as 16h20 desta segunda. Defesa de Graciele faz perguntas.
Relembre:
Bernardo Boldrini foi assassinado em abril de 2014, na época com 11 anos. O crime teve desfecho em Frederico Westphalen, onde o corpo foi ocultado. O Ministério Público aponta o pai da criança, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, Edelvânia Wirganovicz e seu irmão Evandro Wirganovicz como responsáveis pelo crime. Boldrini e Graciele são indiciados por homicídio quadruplamente qualificado. Em razão de motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou defesa da vítima. O médico – bastante conhecido na região de Três Passos – também cumpre pena por ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele,responde por homicídio triplamente qualificado, enquanto Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, por homicídio duplamente qualificado.