Após cerca de quatro horas de depoimento da delegada Caroline Machado, titular da delegacia de Três Passos na época da morte de Bernardo Boldrini, quem passou a ser ouvida no julgamento do caso foi Cristiane Moura, delegada regional que participou da investigação. Ela recordou o momento que informou a Leandro Boldrini que havia poucas chances de encontrar o filho dele vivo. “E a minha vida continua”, teria dito o homem.
A delegada começou explicando que a hipótese de assassinato ganhou força com os depoimentos dando conta do abandono e descaso do pai e da madrasta Graciele Ugulini em relação a Bernardo. "Em nenhum momento ela foi coagida", disse Cristiane sobre ocasião da confissão de Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele e também acusada de participação no crime, juntamente com seu irmão Evandro Wirganovicz.
Até o início da noite desta segunda-feira (11), a delegada respondia às perguntas dos defensores dos réus, e falou sobre relacionamento entre pai e filho. De acordo com ela, o menino sentia admiração pelo fato de o pai salvar vidas, mas testemunhos relataram que também havia medo e desgosto com o tratamento recebido.
À tarde, a delegada Caroline Machado confirmou que Graciele pagou R$ 6 mil como recompensa pela ajuda na realização do crime. Outros R$ 90 mil teriam sido prometidos por ela. O julgamento terá cinco dias de duração.