Em júri popular nesta segunda-feira (8), jurados condenaram Claudiomar do Nascimento da Rosa pelas mortes de duas mulheres, uma adolescente e uma criança da mesma família, na madrugada de 8 de agosto de 15, no bairro Restinga, na capital. O julgamento terminou às 20 horas de ontem no Foro Central de Porto Alegre. Os jurados também reconheceram a culpa de Rosa pela tentativa de destruição de cadáver e incêndio da casa onde as vítimas residiam.
Com o veredito, a juíza Karen Luise Vilanova Pinheiro estabeleceu a pena total em 156 anos, 6 meses e 20 dias de reclusão em regime inicial fechado. São 146 anos e meio pelos quatro homicídios, 2 anos e 4 meses pela tentativa de destruição (quatro vezes) e 3 anos, 10 meses e 20 dias pelo incêndio. O réu não poderá recorrer em liberdade.
Vítimas
As vítimas foram Lauren Rosiane Farias Fim, então com 27 anos, namorada do réu à época, Vitória Regina Farias Fim (17 anos, sobrinha de Lauren), Sandra Regina Farias Fim (mãe de Lauren, 62) e Gregory Fim da Silva (filho de Lauren, 6). Todos morreram em consequência de cortes profundos no pescoço, na altura da garganta.
Os homicídios foram considerados qualificados pelo uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas (que estavam em casa e foram surpreendidas por pessoa conhecida). Em relação às mulheres, houve o reconhecimento do feminicídio nas três mortes, fator que aumenta a pena, assim como o fato de Sandra Regina contar então mais de 60 anos.
Também foram motivos de agravante o crime ter sido cometido na presença de ascendentes e descendentes das vítimas, a idade da criança (menos de 14 anos) e o motivo fútil.
Claudiomar, conforme a tese do Ministério Público, acolhida pelos jurados, matou Lauren por causa da intenção dela de terminar o relacionamento que mantinham. Relacionamento que a mãe desencorajava. Eram por volta das 2 horas. Depois das mortes - a adolescente e a criança teriam sido mortas apenas por estarem no local -, o réu teria causado o incêndio, buscando eliminar vestígios do crime. Às 5 horas um vizinho acordou, percebeu a fumaça, viu um "clarão" vindo da casa das vítimas e chamou os bombeiros.
Atuou pela acusação a promotora de Justiça Luciane Wingert, enquanto a defesa ficou a cargo do Defensor Público Eledi Amorim Porto.