'Deus me salvou', diz motorista que sofreu acidente na mesma ponte onde seis morreram

A pequena ponte de 67 metros sobre o Arroio Capivara, no quilômetro 48 da RSC-287, em Taquari, onde um acidente matou seis pessoas na tarde desta segunda-feira (24), vai ficar para sempre na memória do caminhoneiro autônomo Alessandro Hahn da Silva, 39 anos, morador de Montenegro. Foi exatamente no mesmo local que, por volta das 22 horas de 27 de janeiro (também uma segunda-feira), ele sofreu um acidente de caminhão. "Deus me salvou", resume.

Caminhoneiro há seis anos, Silva levava uma carga de pães em seu Ford Cargo de Porto Alegre para Santa Maria. Após passar o posto do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) de Taquari ele acredita ter dormido ao volante e, por isso, perdido o controle da direção. Foi na entrada da ponte para quem segue em direção ao interior.

"O caminhão avançou para a direita, derrubou quase metade da guarda da ponte e caiu de uma altura de dez metros", conta o motorista, agora em casa tratando de três faturas em uma das pernas. A previsão é que fique seis meses parado. "A cabine do caminhão virou sucata".

O desfecho do acidente só não foi pior para o morador de Montenegro porque o resgate chegou rápido. "Alguém viu o caminhão caindo e chamou a polícia e os bombeiros. Se não fosse isso, sabe-se lá quanto tempo eu teria ficado sob a ponte", relembra, repetindo que está vivo "por milagre". "Foi muito feio o acidente. As pessoas acharam que eu estava morto."

Na noite de segunda-feira Silva estava na internet, conferindo as notícias do dia, quando deparou-se com a foto do acidente que matou seis pessoas. "Foi um susto porque logo vi que foi no mesmo lugar onde me acidentei. Uma tristeza isso."

De acordo com policiais do posto do CRBM de Taquari, o acidente da noite de 27 de janeiro destruiu cerca de 25 metros da cabeceira da ponte no lado direito de quem segue no sentido Capital-interior. A estrutura não havia sido refeita até o acidente da última segunda-feira, que aconteceu mais próximo à outra cabeceira da ponte, no sentido interior-Capital. Aquele trecho da RSC-287 é administrado pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). A assessoria de comunicação da EGR não havia retornado o contato da reportagem do Jornal NH até a publicação deste texto.