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Desde a implementação das diferentes normativas de isolamento social para a contenção da pandemia do novo coronavírus, questionamentos acerca dos números de criminalidade povoaram as dúvidas dos gaúchos. Com menos fluxo de pessoas às ruas, muitos delitos diminuíram, segundo a chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Nadine Tagliari Farias Anflor, em entrevista à rádio ABC 103.3 FM, no programa NH 10, conduzido por com Cláudio Brito e Guilherme Trescastro. O mesmo se aplica a estatísticas de violência doméstica. Por outro lado, o mês de abril registrou o aumento de 66,7% dos feminicídios. No mesmo período, em 2019, foram seis mortes no Estado. Já em 2020, foram 10.
"Em 96% dos casos de 2019, as mulheres que morreram não tinham medidas protetivas. As dez desse mês de abril também não tinham. O desafio é identificar e a sociedade precisa ajudar", afirmou a chefe da Polícia Civil. Para Nadine, é necessário que vizinhos, parentes e amigos contribuam em casos que as mulheres não possuem forças para as denúncias.
Para tal, a delegada ressaltou que as ocorrências seguem sendo registradas pelo 190, mas que um outro canal, além da delegacia on-line, foi criado para o combate. Agora, são possíveis as denúncias pelo WhatsApp 51 98444-0606, que tem o funcionamento de 24 horas. "Ele não funciona para chamar as viaturas. É somente para as denúncias", alerta.
De acordo com as informações divididas pela responsável pela segurança, o número de vítimas no acumulado desde janeiro chegou a 36, total 71,4% acima das 21 registradas no mesmo período de 2019. Vale lembrar que, durante o período, o novo coronavírus não havia chegado no Rio Grande do Sul, portanto, com as atividades externas todas normalizadas.Além disso, os demais indicadores de violência contra a mulher reduziram em abril. As ameaças passaram de 3.085 em 2019 para 2.026 no último mês (-34,3%), as lesões corporais caíram de 1.719 para 1.259 (-26,8%), os estupros diminuíram de 107 para 78 (-27,1%) e as tentativas de feminicídios reduziram de 37 para 18 (-51,4%).
Outros números importantes foram divulgados. As ameaças foram de 13.521 para 11.849 (-12,4%), lesões corporais reduziram de 7.604 para 7.188 (-5,5%), estupros caíram de 549 para 528 (-3,8%) e tentativas de feminicídio diminuíram de 129 para 102 (-20,9%). Os quatro indicadores sofreram reduções. Por outro lado, Nadine afirma que é possível levar em conta possíveis subnotificações, que seriam casos não registrados nas delegacias.
A entrevista para a rádio ABC 103.3 FM também atualizou outros importantes detalhes. Nadine valorizou a integração com a Brigada Militar e Guardas Civis dos municípios gaúchos. Sobre o contingente, a chefe da PC falou que há 200 servidores aguardando as publicações das aposentadorias. No entanto, há adição de efetivo no caminho. "Temos 322 policiais civis nesse momento dentro da academia. São 267 agentes e 55 delegados de polícia que em breve estarão conosco trabalhando nas delegacias."
