Ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello realizou nesta terça-feira (21) a primeira visita ao Rio Grande do Sul elogiou o desempenho do governo gaúcho no enfrentamento à pandemia causada pelo novo coronavírus. “Vejo um Estado sob controle, sob uma gestão eficiente e com visão completa detalhada em todos os locais. Se fosse assim em todo o Brasil, eu não me preocupava com nenhum estado”, afirmou o responsável pela pasta. Pazuello assumiu o cargo em maio após a saída do médico oncologista Nelson Teich, que permaneceu por menos de um mês na função e até então substituía Luiz Henrique Mandetta, e assegurou que todos os esforços estão sendo feitos para garantir o repasse de insumos, testes e recursos para as demais unidades da federação.
Sobre as vacinas, o ministro interino ressaltou que há três delas em estágio promissor, entre elas a que está em desenvolvimento pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a AstraZeneca. “Fizemos acordo de cooperação com a AstraZeneca para que a gente participe da fase três de testes, participe do desenvolvimento final. Adquirimos a planta necessária e insumos para fabricação de lote de grande quantidade de 30 a 40 milhões de doses. Estamos discutindo a transferência dos recursos. Essa contratação prevê a transferência de tecnologia e o recebimento do insumo”, exemplificou.
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A respeito dos próximos passos, Pazuello exemplifica que está se buscando solucionar entraves burocráticos relativos para fazer tudo por meio do “caminho certo” especialmente o pagamento ao laboratório britânico. “Já está feito o acordo e o protocolo de intenções. O tempo disso aí é no final do ano. A previsão é final do ano, dezembro e janeiro, estejamos fabricando a vacina”, complementou. Já a distribuição das doses seguirá a mesma lógica das demais imunizações disponibilizadas pelo Ministério da Saúde, como a influenza.
Outro tema questionado ao ministro interino está atrelado ao fato de que o governo federal decidiu não manter a pesquisa de prevalência do novo coronavírus em nível nacional, que foi realizada no Rio Grande do Sul e nos demais estados pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel). Conforme o ministro interino, a análise é “muito boa”, mas que não reflete com clareza a situação nacional. “O Brasil é muito heterogêneo. Precisaríamos de pesquisas em cada região do País”, justifica.
Pazuello defendeu que há necessidade de implementação de atendimento o mais rápido possível para evitar agravamento do quadro dos pacientes por complicações causadas pela Covid-19. “Não pode haver dúvidas em relação às orientações do Ministério da Saúde. Sentiu os sintomas? Procure imediatamente uma unidade de saúde”, sublinha o ministro interino. “Nós precisamos tratá-los no início, de forma precoce, com medicamentos, com o diagnóstico do médico. É assim que nós vamos salvar mais vidas”, seguiu.
Em relação ao uso de medicamentos como a hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina e azitromicina argumenta que o médico é “soberano” em seu diagnóstico. “O Ministério da Saúde fez uma orientação quanto a manejo e medicação. Não é protocolo, nem diretriz. Apresenta só medicamentos que estão dando resultado em termo de prescrição, a melhor dosagem e uso. Temos a hidroxicloroquina, a ivermectina e azitromicina. Cabe ao médico avaliar e prescrever o medicamento ideal para aquele paciente”, disse.
Conforme o governador Eduardo Leite, “a reunião foi muito positiva” e agradeceu o envio de cem respiradores por parte do Ministério da Saúde, que devem chegar até o final desta semana ao Rio Grande do Sul. Além disso, enalteceu a disponibilização do extrator que aumentará a testagem RT-PCR do Laboratório Central do Estado (Lacen). Atualmente, são realizados 400 exames e, com o equipamento, será possível analisar quase mil amostras diárias.
Leite ainda ressaltou que, por exemplo, este incremento possibilitará ao Estado criar um programa que deve ser “case de testagem e rastreamento de pessoas com Covid”. Para o governador, “vamos mais do que quadruplicar e não apenas aumentar o número de testes, mas aplicar com critérios e a logística estruturada para identificar a tempo e adotar as medidas necessárias às pessoas que sofreram o contágio do novo coronavírus”, adiantou.