O governador Eduardo Leite apresentou na tarde desta quinta-feira (30) o resultado da pesquisa feita com instituições de ensino do Estado sobre a volta às aulas presenciais. Entre os quatro cenários fechados, propostos pelo governo, o vencedor foi o "B", o qual estabelece a retomada do ensino presencial em cinco etapas, a começar pelos ensinos Médio e Técnico. Quando as sugestões foram propostas pelas instituições, a maioria prefere a retomada pelo Ensino Superior.
A decisão a respeito da retomada do ensino presencial, entretanto, ainda não está tomada. O governo do Estado segue debatendo internamente a questão, com as equipes técnicas, prefeitos e entidades que representam a educação.
"Sabemos que o assunto da educação mobiliza muitas pessoas devido à preocupação com a vida das crianças e das famílias. Embora as crianças pertençam a um grupo de menor risco de letalidade, evidentemente são transmissoras do vírus. Não há uma solução fácil, então buscamos ouvir o máximo possível de entidades e de representantes do setor para chegarmos a uma solução coletiva e colaborativa para os próximos passos. A pesquisa nos ajuda a identificar como a retomada do ensino presencial está sendo vista", explicou Leite.
A consulta ficou no ar por um período de 10 dias e contou com a participação majoritária da rede municipal de ensino.O governo enviou 1,5 mil questionário a instituições de educação, saúde e assistência social, mas recebeu759 respostas com propostas para o melhor cenário de reinício das atividades presenciais, incluindo medidas de prevenção ao coronavírus e os desafios para implementar protocolos específicos.
Conforme as instituições, deve ocorrer a testagem em alunos e um histórico de doenças crônicas respiratórias deve ser anexado na ficha do estudante. Na consulta, houve ainda sugestão de implementação de Termo de Responsabilidadeda Família, no qual essa se compromete a nãomandar filho/a para escola se estiver comsintomas de Covid-19.
Entre outras medidas, as entidades também sugerem o estabelecimento quarentena de 14 dias para alunos oriundos de outros estados e/ou municípios com bandeira mais grave, no caso de universidades.
Entidades como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) apontam que a educação especial deve ser a última a retornar, em função de seu público ser grupo de risco (alunos com comorbidades ou limitações para seguir os protocolos).
Dos quatro cenários fechados, apresentados pelo Estado, o que recebeu mais votos estabelece a retomada em cinco etapas. Os ensinos Médio e Técnico seriam os primeiros a retomar as atividades. Em seguida, os anos finais do Fundamental (do 6° ao 9° ano), os iniciais do Fundamental (do 1° ao 5° ano), o Superior e, por último, a Educação Infantil (creche e pré-escola). Essa proposta recebeu 679 votos (89,5%), de um universo de 759.
"Foi majoritário o cenário B, que começa pelo retorno dos ensinos Médio e Técnico, mas no caso das redes assistenciais e organizações da sociedade civil, a gente percebe que há um grupo que vota pelo retorno da Educação Infantil, possivelmente porque são entidades mais ligadas a populações em maior situação de vulnerabilidade e há preocupação com as condições em que essas famílias estão vivendo", ponderou o governador.
Quando ingadas a sugerirem o cenário ideal para a volta, as instituições pontuaram o retorno do Ensino Superior, seguido dos ensinos Médio e Técnico, depois Fundamental (anos finais e após anos iniciais) e, por último, a retomada da Educação Infantil.
Outra opinião majoritária das entidades é no sentido de estabelecer as aulas apenas em turno único, mesmo nas situações de estudantes da Educação Infantil e do Ensino Médio que frequentavam as escolas no modelo de turno integral.
A educação movimenta, no Rio Grande do Sul, mais de 2,5 milhões de pessoas, desde a pré-escola à pós-graduação. Esse contingente representa ao redor de 20% da sociedade gaúcha.