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Notícias | Rio Grande do Sul Entenda por que

Sob o risco de La Niña, Rio Grande do Sul pode ter nova estiagem no verão

De acordo com meteorologistas, a avaliação do momento afirma que o Oceano Pacífico Equatorial já está sob condições típicas do fenômeno

Publicado em: 10.09.2020 às 13:50 Última atualização: 10.09.2020 às 13:51

Estiagem prejudica a lavoura de todas as culturas do Estado desde dezembro de 2019 Foto: Emater/Divulgação

O Rio Grande do Sul corre risco de nova estiagem. A 'seca' deve ter características semelhantes àquela que foi a pior nos últimos 35 anos e que prejudicou plantações e lavouras gaúchas entre o fim do ano passado e o primeiro trimestre de 2020. De acordo com meteorologistas da MetSul, isso se deve ao fato de o Oceano Pacífico Equatorial já estar em condições de La Niña, conforme base nos dados oceânicos e atmosféricos que hoje têm as características típicas do fenômeno. 

A anomalia de temperatura da superfície do mar na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central, segundo os últimos dados da NOAA, está em -0,9ºC, no patamar de La Niña fraco e no limiar de moderado. Por sua vez, a região Niño 1+2, no Pacífico Equatorial Leste, mais perto da América do Sul, apresentou anomalia de -1,6°C com resfriamento de 1ºC em relação à última semana. 

Por que ainda não foi declarado um evento de La Niña?

Tanto o El Niño como o La Niña são fenômenos oceânico-atmosféricos. Segundo a MetSul, é preciso que não apenas o oceano apresente condições de um ou outro para que o fenômeno se configure. Para a classificação de qualquer um dos fenômenos utiliza-se a chamada região Niño 3.4, no Pacífico Central.

A anomalia média nesta região deve ser de ao menos -0,5°C por um período mais prolongado de ao menos três meses. É o que deve estar retardando um anúncio pela NOAA, mas acreditamos que seja iminente.

Nos próximos meses, quais serão os impactos?

A tendência é que os próximos meses tenham, ao menos, um evento de La Niña fraco e que pode evoluir para moderado, sinalizando alguns dados até o final do ano. O cenário mais provável, segundo avaliação da MetSul, é de um evento de La Niña moderado nos próximos três meses.

Além disso, com o La Niña, os efeitos no clima devem ser os típicos do fenômeno, o que agrava o risco de estiagem neste começo da primavera no Paraná, parte do Centro-Oeste e no Sudeste. No Rio Grande do Sul, os riscos são para o fim da primeira e, também, para um verão seco e com pouca chuva. Aqui no Estado quando há La Niña, os efeitos são mais sentidos a partir de novembro e dezembro. 

O fenômeno La Niña não traz mais tempestades, mas incursões tardias de ar frio e às vezes até com geada ao encontrar o ar mais quente típico da primavera agravam o risco de tempestades muito severas de vento e granizo, inclusive de tornados. De acordo com meteorologistas, não é um aumento da frequência de temporais, mas da severidade. Além disso, a análise histórica mostra um risco aumentado de granizo em primaveras e verões com La Niña, assim que produtores rurais devem considerar a contratação do chamado seguro-granizo. Segundo a MetSul, com ou sem La Niña, o período de primavera sempre tem a possibilidade de eventos regionais de chuva volumosa e excessiva no Sul do Brasil.

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