Rápido, monitorado e sem imprensa: como foi o traslado dos presos na Operação Império da Lei II
Nove líderes de facções foram transferidos para presídios federais na manhã desta segunda-feira (9)
De grande periculosidade. Assim foram classificados os nove presos transferidos para presídios federais na manhã desta segunda-feira (9) durante a Operação Império da Lei II. Esta foi a segunda operação de transferência de líderes de facções para presídios federais este ano no Estado. A diferença é que, desta vez, diferentemente do que aconteceu em março, os detentos foram transladados por via terrestre entre Charqueadas e o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Motivo este que deixou os órgãos de segurança ainda mais em alerta.
Para minimizar os riscos da operação, os veículos de imprensa não foram autorizados a acompanhar o comboio que traria os presos. Antes disso, jornalistas se reuniram na Secretaria de Segurança Pública (SSP) em Porto Alegre para receber as orientações sobre como seria realizado o traslado. Por volta das 3 horas da manhã, o comboio de imprensa partiu em direção a Charqueadas. O destino, o complexo prisional onde estão as Penitenciárias de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) Modulada Estadual de Charqueadas (Pmec). A uma distância de pelo menos cem metros das viaturas e sem poder ver os presos, os jornalistas puderam captar imagens do comboio que partiria em seguida.
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O comboio com 45 da Divisão de Segurança e Escolta (DSE) da Susepe, do 1º Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Brigada Militar (BM), da Polícia Federal (PRF), da Polícia Civil, da Polícia Federal (PF) e uma ambulância do Corpo de Bombeiros Militar (Cbmrs) partiram das duas casas prisionais por volta das 4h. Em cerca de uma hora, percorreram o trajeto de 56 quilômetros até o Batalhão de Aviação da BM (BAV-BM), ao lado do Aeroporto Internacional Salgado Filho. Para eventuais emergências, os Bombeiros posicionaram uma viatura de combate a incêndio na origem do trajeto e outra, equipada com desencarcerador, seguiu o comboio com retardado de alguns minutos para possibilitar o socorro imediato na hipótese de acidentes. No trecho da Capital, um helicóptero da Brigada Militar acompanhou o comboio equipado com imageador térmico, equipamento que monitora a presença de pessoas nas imediações por meio do calor emitido pelo corpo.
No Batalhão de Aviação, o comboio ingressou em um estacionamento exclusivo com acesso ao hangar. Em uma sala reservada do Batalhão, os detentos passaram por exames de corpo de delito, realizado por dois peritos médicos do Instituto Geral de Perícias (IGP). Na sequência, foram entregues a agentes do Depen para embarque em um avião da PF com destino a penitenciárias federais, onde serão mantidos isolados de qualquer contato com outros presos. Antes da viagem, os transferidos realizam testes RT-PCR para detecção da Covid-19 e o resultado de todos foi negativo.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), além de toda a mobilização para o transporte, dias antes de deflagrar a Império da Lei II e durante a execução do plano, as forças de segurança reforçaram o patrulhamento em pontos estratégicos levantados pela área de inteligência da operação, em especial nas regiões de atuação dos transferidos.
A Operação Inpulsa da BM intensificou a presença ostensiva com tropas dos cinco Batalhões de Polícia de Choque (BP Choques) na Capital e cidades da Região Metropolitana. Para prevenir reações e garantir a manutenção da ordem pública, além desse reforço, efetivos da Polícia Civil, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal seguirão com patrulhamento intensificado nos pontos estratégicos identificados pelo monitoramento permanente das áreas de Inteligência.