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Notícias | Rio Grande do Sul Crime na Capital

Momentos anteriores à morte mostrados em vídeo

Mais vídeos revelam como começaram as circunstâncias dos fatos que culminaram no espancamento de João Alberto Silveira Freitas

Por Bianca Dilly
Publicado em: 23.11.2020 às 03:00

A Polícia Civil (PC) ainda busca detalhar o desenrolar dos fatos que levaram ao espancamento até a morte de um homem negro no Carrefour do bairro Passo d'Areia, em Porto Alegre, na noite da última quinta-feira, véspera do Dia da Consciência Negra. No final de semana, começaram a circular pelas redes sociais imagens anteriores ao homicídio de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, por dois seguranças do local.

Além disso, a defesa de um dos envolvidos, o policial militar temporário Giovane Gaspar da Silva, afirma que outras pessoas serão chamadas a testemunhar sobre o caso. Silva e o segurança terceirizado Magno Braz Borges foram presos em flagrante.

Novas imagens

Nos novos vídeos divulgados, com gravações das câmeras de segurança, a vítima aparece próxima ao caixa do mercado. Beto, como era conhecido, está ao lado do carrinho de compras, enquanto a esposa, a cuidadora de idosos Milena Borges Alves, 43, finaliza o pagamento. Em seguida, ele caminha alguns passos e fica mais distante, quando, mesmo de máscara, parece dizer algo. Dois funcionários do mercado se aproximam e a gerente conversa com o cliente. O segundo segurança aparece e os quatro se deslocam rapidamente para a saída.

Em um segundo registro, na continuidade das imagens, Beto agride um dos seguranças com um soco, que começa a revidar com diversos golpes, enquanto o segundo profissional o imobiliza. A continuidade das gravações são as cenas de pancadaria que resultaram na morte da vítima, já divulgadas no final da última semana.

Inquérito policial

O laudo inicial da perícia aponta a asfixia como causa da morte. Por isso, os dois agressores tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça e devem responder por homicídio triplamente qualificado - por motivo fútil, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Segundo o advogado do PM, David Leal, a expectativa é pelo encerramento do inquérito policial até sexta-feira. "Talvez a gente ainda tenha alguma prova relevante vinda do Instituto Geral de Perícias, com a causa da morte sendo definida", diz.

Sepultamento ocorreu no sábado pela manhã

Familiares e amigos acompanharam na manhã do último sábado o velório de Freitas. A cerimônia de despedida ocorreu no Cemitério Municipal São João, no bairro Higienópolis, também na zona norte da capital. O início das homenagens se deu por volta das 8h30, com presença restrita de participantes.

Onda de protestos pelo País

Além dos protestos registrados em Porto Alegre, ao longo de toda a sexta-feira, outros locais do País reuniram centenas de manifestantes. Em São Paulo, houve concentração no final da tarde do dia 20, por volta das 16 horas, no Museu de Arte Assis Chateaubriand (Masp). Cerca de duas horas depois, um grupo de mais de 600 pessoas iniciou uma caminhada em direção ao Carrefour da Pamplona. Na manhã do sábado, a mobilização ocorreu em uma loja do grupo Carrefour no bairro de Boa Viagem, no Recife. A Polícia Militar de Pernambuco usou spray de pimenta para dispersar a manifestação e uma mulher foi detida. Organizadores do protesto acusam a PM de truculência. Curitiba, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro também registraram ações.

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