Em entrevista ao jornalista Cláudio Brito, da Rádio ABC 103.3 FM, o governador Eduardo Leite informou na manhã desta sexta-feira, 5, que o governo federal sinaliza o repasse de até 2,5 milhões de vacinas ao Estado em março, o que deve permitir estender a imunização a idosos acima de 65 anos ainda este mês e, talvez, acima de 60 anos. “Esperamos que o governo federal mantenha o cronograma”, frisou.
Leite salientou que um grupo de governadores solicitou ao governo federal esforços diplomáticos para que se agilize a liberação de doses para o Brasil. “Não se trata apenas comprar vacinas. Talvez, o Brasil já tenha 400 milhões de doses compradas, entre os anúncios. O problema é o cronograma de entrega.”
Para ele, o atual cenário sanitário no Brasil exige atenção mundial e pode fazer com que os imunizantes cheguem de maneira mais célere ao País. “Com o Brasil se tornando preocupação mundial pela velocidade (dos casos) e surgimento de novas variantes, pedimos esforços diplomáticos e com parceiros comerciais para que a entrega seja mais ágil. Vencer o coronavírus no Brasil é de interesse mundial.”
Leite citou que visitou dois hospitais de Porto Alegre, onde a maioria dos pacientes tem entre 24 e 40 anos, e demonstrou preocupação com a internação de pessoas cada vez mais jovens. Ele destacou que as restrições de circulação adotadas no momento são fundamentais para frear o avanço do vírus e reduzir as hospitalizações.
“O Rio Grande do Sul está com 92% dos leitos SUS de UTI ocupados e 130%, os privados. Muitos pacientes atendidos de forma quase que improvisada em leitos de urgência, emergência, salas de recuperação e cirurgia. Neste nível crítico, vamos precisar da população mais um sacrifício. Não adianta governador colocar decreto, importante que a consciência (pelos protocolos sanitários) encontre eco”, pediu.
O governador informou que avalia pedidos de federações e entidades para alterar protocolos da bandeira preta, mas deixou claro que isso, no momento, não é prioridade. “Os negócios se recuperam, depois de grandes guerras a atividade econômica se levantou. No momento só há uma prioridade. Salvar vidas.”
O governador lamentou ainda o comportamento do presidente Jair Bolsonaro, que na quinta-feira usou termos como “mimimi” e “frescura” ao criticar novamente as medidas adotadas diante da pandemia. “Muito triste, frustrante, duro assistir a liderança maior do país falar absurdos. No momento que tantas pessoas choram a perda de pessoas queridas, cada vez mais próximo das pessoas, o presidente é aquela pessoa que estimula alguém a se atirar do abismo. Não podemos nos resignar e achar que é normal. É uma política da destruição.”
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