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Notícias | Rio Grande do Sul Mais de 1 mil vagas em jogo

Parlamentares entram na Justiça para suspender concursos em áreas não essenciais no RS

Deputados do Partido Novo buscam impedir o Executivo de contratar servidores, exceto para as áreas de educação, saúde e segurança. Governo do estado nega irregularidade

Publicado em: 24.03.2021 às 17:19 Última atualização: 24.03.2021 às 17:20

Partido Novo tenta barrar concursos públicos e nomeações no RS Foto: Twitter/Reprodução

Parlamentares do Partido Novo ingressaram com uma ação na Justiça nesta quarta-feira (24) para suspender concursos e nomeações para áreas não essenciais, anunciados em janeiro deste ano pelo governo do Estado.

Os deputados Fábio Ostermann e Giuseppe Riesgo alegam que o Rio Grande do Sul ultrapassa o limite de gastos com pessoal imposto pela legislação e que, por esse motivo, as contratações estariam vedadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

A bancada do Novo busca impedir que o Estado contrate servidores, exceto para as áreas de educação, saúde e segurança.

Em janeiro deste ano, o governador Eduardo Leite autorizou concursos e anunciou nomeações para preencher mais de 3,4 mil vagas na administração pública estadual. Dessas, 1.240 são objeto da ação judicial e podem ser barradas. Entre elas, estão as vagas de procurador do Estado, analista do Instituto-Geral de Previdência e músico da Orquestra Sinfônica.

O que diz o estado

Em nota oficial divulgada nesta tarde, o Executivoafirma que "não há qualquerirregularidade na convocação de concursos públicos pelo governo do Estado nem nas nomeações de servidores". Também ressalta que "aabertura de concurso se ampara na análise técnica de reposição de pessoal devido ao boom de aposentadorias e na trajetória de redução no número de servidores".

Conforme o Estado, "as vagas abertas são muito inferiores às saídas já ocorridas em todas as áreas". Além disso, os novos servidores já são enquadrados nas regras da Reforma RS, com futuras aposentadorias limitadas ao teto do INSS. Confira a nota na íntegra abaixo.

Nota oficial

"A respeito de suposta “denúncia” envolvendo concursos públicos, veiculada por parlamentares do Partido Novo em redes sociais nesta quarta-feira (24), o governo do Estado esclarece que:

- Não há qualquer irregularidade na convocação de concursos públicos pelo governo do Estado nem nas nomeações de servidores. Não há desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal, como alegam os parlamentares.

- A abertura de concurso se ampara na análise técnica de reposição de pessoal devido ao boom de aposentadorias e na trajetória de redução no número de servidores. É um movimento estratégico em gestão de pessoas para os próximos anos, evitando que o Estado fique sem possibilidades de promover, no futuro, a nomeação de servidores por concurso se as condições financeiras e regulatórias assim permitirem. Já há no Estado ausência de concursos válidos em quadros importantes no atendimento à população, como é o caso da Educação e Saúde.

- As manifestações dos deputados parecem demonstrar desconhecimento quanto às recentes mudanças nas regras de finanças públicas e à própria trajetória recente do Estado nas despesas de pessoal.

- A convergência entre os critérios de apuração de despesa de pessoal está sendo regulada progressivamente para todos os entes independentemente do Regime de Recuperação Fiscal, como provam as recentes mudanças promovidas pela LC 178 (janeiro de 2021) e EC 109 (março de 2021), que tendem a unificar critérios de cálculo, por preverem os dados brutos e com pensionistas. A Lei Complementar nº 178 alterou a Lei de Responsabilidade Fiscal para fins dos prazos de reenquadramento para o Poder ou órgão que, ao fim de 2021, apurar despesa com pessoal acima dos limites estabelecidos na LRF. A partir de agora, o Poder ou órgão deverá eliminar o excesso à razão de, pelo menos, 10% a cada exercício a partir de 2023, para se enquadrar no limite da LRF até o término do exercício de 2032. E é nesse horizonte de redução paulatina que valerão as medidas dos artigos 22 e 23 da LRF.

- O compromisso do Governo do Estado com a racionalização de despesas foi celebrado desde o primeiro dia de mandato e, em 2020, a Despesa de Pessoal caiu 2,2%, revertendo a trajetória de crescimento real observada há mais de dez anos.

- O comprometimento da Receita Corrente Líquida com as Despesas de Pessoal do Poder Executivo, segundo os critérios de cálculo do TCE-RS, recuou de 45,60% para 42,49% em 2020, o menor percentual desde 2011, situando-se abaixo do limite prudencial. Utilizando os critérios de apuração da União, o indicador recuou quase 5 pontos percentuais, de 57,89% para 53,10% em 2020, mas, conforme dito, já está em vigor o novo tratamento da LRF para fins do excesso nos limites.

- A título de exemplo, considerando o excesso que existia em 2019 no critério federal (8,89%), o Estado teria, em 2020, reduzido seu excesso numa velocidade CINCO vezes maior do que a demandada na nova redação da LRF.

- Por último, como demonstrado extensamente quando do anúncio das nomeações e concursos, as vagas abertas são muito inferiores às saídas já ocorridas em todas as áreas. O quadro de pessoal ativo segue em redução e em busca de maior produtividade. Porém, apelar para a completa vedação de reposição nessa ou naquela área é uma aposta meramente ideológica na destruição da prestação de serviços públicos em geral. Além disso, novos entrantes em 2021 já estão sob as regras da Reforma RS, com as futuras aposentadorias limitadas ao teto do INSS."


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