Devido às medidas de restrição para enfrentamento da pandemia, 76,9% dos bares e restaurantes fecharam o mês de fevereiro no vermelho no Rio Grande do Sul. O dado é da Associação de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Sul (Abrasel). Segundo a pesquisa, por conta do prejuízo, mais da metade dos estabelecimentos podem fechar as portas em definitivo nos próximos 60 dias.
O setor pode ser contemplado com um auxílio emergencial, mas o projeto do Executivo ainda depende de aprovação na Assembleia Legislativa. A votação está prevista para esta terça-feira (6).
“Apenas a tele-entrega não cobre os nossos custos, o rendimento fica abaixo comparado ao salão”, defende Maria Fernanda Tartoni, presidente da Abrasel no RS. “Os finais de semana também são fundamentais para escapar da crise, é nesse momento que as pessoas gastam um pouco mais porque conseguem fazer a refeição com mais tranquilidade”, argumenta.
Aproximadamente 80% dos estabelecimentos do setor precisaram demitir funcionários durante a pandemia, sendo que metade daqueles que não tiveram cortes na equipe ainda pretendem fazer, na tentativa de equilibrar as contas. Ainda conforme o levantamento, o endividamento atinge 85,7% dos estabelecimentos e traz reflexos aos cofres públicos, com dois terços deixando de pagar impostos.
Confira os dados da pesquisa:
Um Projeto de Lei (PL) de autoria do governador Eduardo Leite, que garante um auxílio emergencial para o setor, será votado por parlamentares nesta terça-feira, na Assembleia Legislativa. Além do segmento de bares e restaurantes, o setor de turismo também está contemplado na proposta.
Se aprovado, o benefício será dividido em duas parcelas: de R$ 1 mil cada uma para empresas do Simples e de R$ 400 cada para microempreendedores individuais, desempregados e mulheres chefes de família. Ao todo, o governo estadual deve repassar R$ 100 milhões em subsídios.
"Está muito claro que os serviços, como restaurantes, bares, lanchonetes, pousadas e hotéis, foram muito atingidos e estão sendo especialmente impactados com as medidas vigentes", disse o Leite, ao detalhar a escolha por determinados setores.
Segundo as regras propostas pelo Executivo, a ideia é atender até 96,4 mil beneficiários diretos, sendo 19 mil empresas gaúchas do Simples Nacional, 51,7 mil microempreendedores individuais (MEI), 17,5 mil pessoas desempregadas e 8,2 mil famílias em situação de vulnerabilidade.
O Estado inicia a sexta semana consecutiva de bandeira preta (risco altíssimo) em todas as regiões, devido à alta pressão sobre a capacidade hospitalar. No entanto, a cogestão regional está permitida, ou seja, municípios podem adotar os protocolos da bandeira vermelha se assim desejarem.
A análise dos 11 indicadores do modelo de Distanciamento Controlado da última semana mostra que houve redução no número de confirmados com Covid-19 em leitos clínicos (-20%), assim como leve queda no número de internados pela doença em leitos de UTI (-4%).
Mesmo assim, o sistema hospitalar segue sob pressão fortíssima, o que se traduz na elevada quantidade de mortes. Somente no domingo (4), o RS registrou 63 mortes e 895 novos casos da Covid-19.
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