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Notícias | Rio Grande do Sul Covid-19

Reserva de doses de vacinas segue regra do Ministério da Saúde

Após polêmica sobre distribuição no RS, governador Eduardo Leite clareou situação com o governo federal

Por Débora Ertel
Publicado em: 10.04.2021 às 06:03 Última atualização: 10.04.2021 às 13:20

Encontro de Eduardo Leite com ministro Marcelo Queiroga e Franciele Fantinato do PNI Foto: Maicon Hinrichsen/Palacio Piratini
Nesta semana, os deputados federais Onyx Lorenzoni (DEM/RS) e Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) questionaram pelas redes sociais por que o governo do Estado fazia retenção de vacinas contra a Covid-19. Em resumo, os parlamentares disseram que ao invés de aplicar todas as doses, os imunizantes eram guardados pela Secretaria Estadual da Saúde (SES).

A dúvida lançada sobre a eficiência do Piratini na distribuição das vacinas foi lançada na quarta-feira, dia em que o vacinômetro do Estado apontava que 99,41% das doses recebidas já tinham sido enviadas às prefeituras.

A provocação alvoroçou a Casa Civil e foi uma das pautas tratadas com o ministro da Saúde Marcelo Queiroga, que visitou o Rio Grande do Sul na quinta-feira. Ele reuniu-se com o governador Eduardo Leite que, durante o encontro, questionou a equipe técnica do Ministério da Saúde se a reserva de doses da vacina AstraZeneca/Fiocruz para aplicação da segunda dose era correta.

A resposta veio da coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI), Franciele Fantinato, que integrava a comitiva. "Está correta", afirmou. "O que está vindo para a dose dois é para guardar para completar o esquema e garantir a eficácia preconizada da vacina", disse Franciele.

No caso do Rio Grande do Sul, a segunda dose da AstraZeneca/FioCruz deve ser aplicada a partir de 25 de abril. Essa vacina, diferente da CoronaVac que tem segunda dose em 28 dias, só pode ter o reforço aplicado 90 dias depois da primeira imunização.

Até ontem, o Estado tinha recebido 3.163.150 de doses e distribuído aos municípios 2.998.074, o que corresponde a 94,78% do total. O índice de aplicação era de 65%.

Segundo Franciele, é importante o Piratini acompanhar os informes técnicos do Ministério da Saúde (MS) que são divulgados um dia antes da distribuição. Essas orientações levam em conta a disponibilidade de doses informada pelo departamento de logística do MS.

De acordo com ela, o Rio Grande do Sul recebeu na quinta-feira as doses suficientes para fechar o quantitativo de 27% destinados à segunda aplicação dos trabalhadores de saúde. Conforme a SES, o território gaúcho tem 361.210 profissionais que atuam neste setor.

Ainda segundo Franciele, na próxima entrega de vacinas, ainda sem data anunciada, serão entregues imunizantes para iniciar a dose um, ao que tudo indica, de um grupo novo.

Os bastidores

Desde que o nome do governador Eduardo Leite foi lançado pelo PSDB como pré-candidato à presidência, o tucano tem sido alvo de ataques dos adversários políticos pelas redes sociais.

Um dos últimos episódios aconteceu na quarta-feira, tendo como protagonistas o deputado federal e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, e do deputado federal gaúcho Onyx Lorenzoni. Às 9h57, Lorenzoni acusou o RS de reter vacinas contra a Covid-19, publicação que foi replicada por Eduardo Bolsonaro às 10 horas.

O chefe do Piratini uma hora e meia depois respondeu às declarações dos bolsonaristas com os números do vacinômetro do Estado.

A discussão pelas redes sociais começou quando Lorenzoni escreveu "Por que reter vacina? Por que desobedecer a instrução do Ministério da Saúde?

E, enquanto o Governo Federal trabalha, você vai ler por aí no pessoal que vive de narrativa, que 'o problema é que não tem vacina'". A declaração do parlamentar foi sustentada por um trecho da resolução da 060/21 da Comissão Intergestores Bipartite do Estado e uma reportagem de jornal onde No documento, há uma determinação de reservar cerca de 10% das doses das vacinas AstraZeneca/Fiocruz para as segundas doses (D2) dos esquemas vacinais de trabalhadores de saúde.

O texto foi reproduzido por Eduardo Bolsonaro que acrescentou: "Rio Grande do Sul contrariando o Ministério da Saúde e retendo vacina? Ciência ou politicagem?", escreveu o filho do presidente.

Segundo a SES, o nono informe técnico do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, divulgado pelo MS, indica que grande parte das doses da 11ª remessa, que chegou no dia 2 de abril, deve ser destinada à segunda dose.

A Secretaria Estadual da Saúde informa que seguiu a orientação e, também em função de oscilações e insegurança nas remessas federais, separou doses para garantir que idosos e profissionais de saúde tenham direito a completar a imunização.

Como a vacina da Covid chega até você?

1 - O Ministério da Saúde (MS) recebe, em seus depósitos centrais, as doses de CoronaVac do Instituto Butantan (São Paulo) e da AstraZeneca da Fiocruz (Rio Janeiro).

2 - O Ministério da Saúde separa as quantidades que cada Estado deve receber. Normalmente, os governos estaduais sabem da chegada de uma nova remessa de um a dois dias antes da data de envio.

3 - As vacinas chegam no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, e são levadas para a Rede de Frios da Secretaria Estadual da Saúde, também na Capital.

4 - Em menos de 24 horas, as doses são separadas e começam a ser distribuídas para as 18 Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS). Os municípios da região são atendidos pela 1ª, 5ª e 18ª CRS. De todas as doses recebidas, 0,6% foram reservadas pela SES para garantir que idosos e profissionais de saúde recebam a segunda aplicação.

5 - Os municípios recebem as doses da CRS em torno de um a dois dias depois que a remessa chega ao Estado e, a partir disso, organizam a aplicação. O calendário de vacinação é definido por cada prefeitura, seguindo o cronograma de prioridades do Plano Nacional de Imunização.

 


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