RS pode ter primeiras geadas ainda no mês de abril
Incursões de massas de ar frio em abril, maio e junho tendem a derrubar as temperaturas no Estado
Publicado em: 14.04.2021 às 11:05Última atualização: 14.04.2021 às 11:49
O Rio Grande do Sul pode registrar, ainda neste mês de abril, as primeiras geadas de 2021. Nos próximos meses, antes mesmo da chegada do inverno, os campos devem ficar cobertos de gelo, assumindo a paisagem característica dessa época do ano. A previsão é do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado (Copaaergs).
Incursões de massas de ar frio am abril, maio e junho, vindas do sul do continente, devem trazer dias mais gelados aos gaúchos, gerando as primeiras formações de nevoeiros no Estado.
“Para maio e junho, o prognóstico indica temperaturas abaixo da média, com incursões de massas de ar frio mais intensas e frequentes”, destaca a coordenadora do Copaaergs, Loana Cardoso.
Os meses de abril e maio devem ter chuva um pouco abaixo da média em praticamente todo o Estado, exceto no Litoral, onde a média deve se manter. Em junho, a chuva também ficará um pouco abaixo da média na maior parte do RS, com exceção do Extremo Sul e da Região Noroeste.
O boletim do Copaaergs é elaborado a cada três meses por especialistas em agrometeorologia de 14 entidades públicas estaduais e federais ligadas à agricultura ou ao clima. O documento também lista uma série de orientações técnicas para as culturas do período. Veja abaixo as orientações.
Culturas de verão em fim de ciclo
Colher e armazenar o grão assim que atingir a maturação (ponto de colheita).
Culturas de inverno
Considerando o prognóstico de chuva abaixo da média no período de outono, fazer a semeadura quando as condições de umidade do solo estiverem adequadas.
Escalonar a época de semeadura dentro do período indicado pelo zoneamento agrícola de risco climático.
Nos cereais, utilizar, preferencialmente, cultivares resistentes a doenças.
Arroz
Antecipar a adequação das áreas destinadas às lavouras de arroz na próxima safra, principalmente atividades de sistematização e preparo do solo, para possibilitar a semeadura na época recomendada.
Considerando os baixos níveis dos mananciais devido ao uso da água para irrigação das lavouras e que, para o próximo trimestre (abril-maio-junho), o prognóstico climático indica tendência de chuva abaixo da média, recomenda-se que os produtores fiquem atentos à questão da captação e armazenamento de água para a próxima safra.
Hortaliças
O prognóstico de precipitações abaixo da média requer atenção à necessidade de irrigação. Quando necessário irrigar, dar preferência ao sistema de gotejamento.
Considerando o prognóstico de temperaturas abaixo da média em maio e junho, ficar atento à manutenção das condições térmicas em ambientes protegidos.
Quando houver previsão de formação de geadas, indica-se o uso de irrigação por aspersão como método de combate à geada.
Dar ênfase ao monitoramento de doenças, principalmente daquelas favorecidas pelo molhamento da parte aérea ou excesso de umidade no ar ou no solo.
Fruticultura
Manter a cobertura verde na área seja por meio de espécies espontâneas ou cultivadas, para conservação e armazenamento de água no solo.
Nesta fase de pós-colheita de frutíferas de clima temperado, deve-se manter a sanidade das plantas para que ocorra acúmulo de reservas e ativação natural e plena do estado de dormência.
Nas frutíferas de clima temperado, realizar os tratamentos de inverno para redução de fonte de inóculo de doenças e pragas.
Considerando o histórico de restrição hídrica e perda de plantas em pomares e vinhedos principalmente em áreas de solos mais rasos e pedregosos, recomenda-se investir em ações de armazenamento de água no período de outono/inverno.
Silvicultura
Em povoamentos florestais, deve ser evitada a adubação mineral ou orgânica com elevadas concentrações de nitrogênio.
Para a produção de mudas florestais em céu aberto, caso haja necessidade de aplicação de fertilizantes, recomenda-se aumentar a relação potássio/nitrogênio da formulação mais indicada para cada espécie e estágio.
Pastagens
Realizar o plantio de forrageiras de inverno, anuais ou perenes, assim que houver condições adequadas de umidade do solo.
Reduzir a carga animal em pastagens naturais, tendo em vista o menor acúmulo de forragem no período de outono-inverno e do prognóstico de temperaturas do ar abaixo da média nos meses de maio e junho.
Diferir potreiros com pastagens cultivadas de inverno e campo nativo melhorado com sobressemeadura de espécies hibernais, para permitir o reestabelecimento dessas espécies e acumular forragem para o período hibernal.
Piscicultura
Realizar as despescas dos peixes que já estiverem com tamanho comercial antes do início do inverno.
O manejo alimentar deve obedecer a taxa de alimentação recomendada à espécie, tamanho e densidade dos animais, bem como deve levar em conta a temperatura da água e o consumo. Nesse período, é importante manter os animais bem nutridos para enfrentarem o início do frio, porém deve-se evitar a sobra de ração nos tanques.
Para um novo povoamento, adquirir alevinos de qualidade de produtor de confiança, livres de doenças e adaptados às condições climáticas do Sul do país. Respeitar o período de quarentena e aclimatação.
Use os ícones abaixo para compartilhar o conteúdo.
Todo o nosso material editorial (textos, fotos, vídeos e artes) está protegido pela legislação brasileira sobre direitos autorais. Não é legal reproduzir o conteúdo em qualquer meio de comunicação, impresso ou eletrônico.