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Notícias | Rio Grande do Sul Coronavírus

'É uma variante que se dissemina mais', afirma virologista sobre cepa indiana

Estado recebeu alerta do Ministério da Saúde sobre a proximidade da nova variante, que já foi identificada na Argentina

Por Joyce Heurich
Publicado em: 14.05.2021 às 16:06 Última atualização: 14.05.2021 às 16:12

Variante indiana do novo coronavírus se aproxima do RS Foto: Adobe Stock

A variante indiana (B.1.617) do novo coronavírus (SARS-CoV-2) já identificada em mais de 40 países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), está cada vez mais próxima do Brasil. Recentemente, o Ministério da Saúde alertou os três Estados da Região Sul sobre a confirmação de dois casos da nova cepa na Argentina. A notícia deixou as autoridades em alerta, especialmente porque estudos preliminares apontam que a variante tem como característica "maior transmissibilidade". 

"Quatro sublinhagens estão incluídas dentro dessa variante e, particularmente, uma delas, tem muito maior transmissibilidade, é uma variante que se dissemina mais", explica o virologista e professor da Universidade Feevale Fernando Spilki.

A B.1.617 é considerada uma “variante de preocupação”, de interesse global, apontada pela OMS como uma das causadoras do aumento de casos e óbitos por Covid-19 na Índia neste ano. O professor Spilki lembra, entretanto, que os brasileiros já convivem com variantes estrangeiras. E mesmo com a presença da cepa do Reino Unido em território gaúcho, por exemplo, a que mais preocupa atualmente é a brasileira P.1, conhecida popularmente como "variante de Manaus", que teve origem na Região Norte. 

"Na verdade, a gente já espera uma elevação de casos, independentemente da chegada dessa variante, pela própria questão de flexibilizações e pela própria eminência que tem aqui a variante P.1", avalia.

"O que a gente tem visto ao longo do tempo é que nós não temos precisado da introdução de variantes estrangeiras para ter problemas. A gente pode imaginar apenas que vai ser mais uma variante de alta transmissibilidade que nós teremos", conclui.

Ainda assim, Spilki ressalta que não é hora de abrir mão da prevenção e que os protocolos sanitários devem ser reforçados e seguidos à risca. "Intensificar testagem, quarentena, fiscalização de fronteiras e, se possível, em larga escala restringir ao máximo o movimento entre fronteiras. Seria esse o cuidado necessário", elenca.

Questionada sobre novas medidas preventivas, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) limitou-se a dizer que "mantém a preocupação e vigilância nas fronteiras". Disse também que "periódicas análises são realizadas para a identificação das variantes que estão circulando no Estado, sendo que essas variantes indianas ainda não foram diagnosticadas."

A reportagem solicitou uma entrevista com um especialista da pasta para aprofundar o tema, mas o pedido foi negado pela SES, que informou que falará sobre o assunto apenas por nota. 

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