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Notícias | Rio Grande do Sul Investigação e perícia

Entenda como o trabalho da perícia ajudou a prender mulher que queimou esposo em fornalha

Crime chocou o Rio Grande do Sul em fevereiro. A vítima, de 42 anos, foi queimada viva em Dom Feliciano

Publicado em: 09.07.2021 às 11:11 Última atualização: 09.07.2021 às 11:25

O assassinato brutal de um agricultor no município de Dom Feliciano chocou o Estado em fevereiro. O crime, cometido pela própria esposa, foi investigado pela polícia e contou com o auxílio da perícia, por meio do trabalho do Instituto Geral de Perícias (IGP).

Fragmentos encontrados na fornalha foram separados manualmente Foto: Ascom/IGP

A vítima, de 42 anos, foi queimada viva em uma fornalha de tabaco. A mulher confessou o assassinato e indicou a fornalha, mas não foi possível identificar vestígios do corpo em um primeiro momento.

O perito médico-legista Wladimir Ribeiro Duarte, da 3ª Coordenadoria Regional de Perícias, foi o responsável por identificar a ossada humana na fornalha.

Trabalho minuscioso

O trabalho exigiu tempo e muita paciência, pois o assassinato tinha ocorrido há três meses haviam resíduos para serem periciados na fornalha, de acordo com o IGP. "Os resíduos (retirados da fornalha) pesavam 14 quilos, basicamente compostos por cinzas e carvão. Procurei, pacientemente, em todo o material e, por separação manual, consegui dois fragmentos muito pequenos que lembravam esquírolas ósseas (lascas de ossos)", conta Wladimir.

Os fragmentos encontrados foram levados para análises químicas -feitas em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) e a Universidade Federal do Rio Grande (Furg) - com o objetivo determinar se eram ossos humanos. “Para o nosso contentamento, a microscopia eletrônica revelou que tinham os critérios para osso humano”, contou o perito. A delegada responsável pela investigação, Vivian Duarte, elogiou a atuação do perito no caso: "O trabalho foi fundamental para comprovar a materialidade dos crimes de homicídio e de ocultação de cadáver”.

O perito explica, ainda, que, pelos fragmentos terem passado por processo de incineração, o material genético perdeu parte de sua estrutura natural. "Foram necessárias mais de três horas de separação por técnica de imantação e peneiração para encontrar pequeníssimos fragmentos suspeitos". A esposa da vítima, que confessou o assassinato, foi denunciada pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado.

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