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Notícias | Rio Grande do Sul OPOSIÇÃO

Deputado Valdeci Oliveira assume Assembleia Legislativa nesta segunda-feira

Petista será o primeiro oposicionista a comandar o Legislativo desde a posse de Eduardo Leite

Por Eduardo Amaral
Publicado em: 29.01.2022 às 10:00 Última atualização: 29.01.2022 às 20:41

O deputado estadual Valdeci Oliveira (PT) assume nesta segunda-feira (31) a presidência da Assembleia Legislativa. Na atual legislatura, ele será o primeiro parlamentar a ocupar o cargo que integra a oposição ao governador Eduardo Leite (PSDB). Durante os três anos de mandato, Leite teve uma vida relativamente tranquila dentro do Legislativo com as presidências de Luís Augusto Lara (PTB), Ernani Polo (PP) e Gabriel Souza (MDB). As articulações com os partidos permitiu ao governo aprovar reformas polêmicas sem maiores dores de cabeça com opositores.

Valdeci Oliveira (PT) assume a presidência na segunda-feira (31)
Valdeci Oliveira (PT) assume a presidência na segunda-feira (31) Foto: Agência ALRS
Mas, apesar de 2022 ser um ano eleitoral, Valdeci garante que não será um entrave para a gestão de Leite. "Não vou criar nenhum problema, nenhum cenário de dificuldade ao governo." De acordo com ele, sua grande preocupação será debater a questão da estiagem no Rio Grande do Sul e levar à Assembleia o tema da desigualdade. Sobre a estiagem, ele defende a adoção de medidas preventivas para minimizar os impactos, e o deputado ainda acredita na adoção de uma espécie de renda básica. Só que antes de poder pautar temas na Casa, Valdeci precisará superar algumas desconfianças e oposições.

Votos contrários

Embora concorra com uma única chapa à presidência da Assembleia, fruto de um acordo feito entre os maiores partidos da Casa, Valdeci não deve contar com os votos do Partido Novo, dos deputados Fábio Ostermann e Giuseppe Riesgo. Os dois já anunciaram que votarão contrários à candidatura, diferente do que fizeram nas outras eleições da Mesa Diretora.

Como justificativa, os deputados do partido de direita alegaram não concordar com o acordo e também já assumiram publicamente serem motivados pelas restrições ao PT. Por sua vez, Valdeci considera a resistência ao seu nome como algo natural. "Não há nenhum problema sobre isso, não vai mudar nada na relação com os 54 deputados. A democracia é isso, então encaro com naturalidade" , afirma.

Só que não é apenas no campo da direita que Valdeci pode carecer de apoio. Outra parlamentar que deve votar contrária é Luciana Genro (Psol). O motivo alegado por ela é um pouco diferente, pois ela se posicionou sempre contrária a formação da Mesa Diretora, que é decidida em acordos entre as maiores bancadas da Casa. A questão que fica no caso é como essa postura de Genro pode afetar a articulação entre os dois partidos de esquerda para as eleições de outubro, que discutem uma candidatura unificada.

O possível voto contrário não parece ser um problema na avaliação de Valdeci. "Não podemos misturar as coisas, até porque ela tem um histórico de não votar nos presidentes por não concordar com a divisão dos partidos."

Assumindo com polêmica

Antes mesmo de chegar à presidência, Valdeci virou o alvo de uma polêmica, já que foi graças ao seu relatório que a Mesa Diretora da Assembleia aprovou em dezembro um aumento de 117% no valor da cota parlamentar dos gabinetes. "O que eu fiz é, a pedido da Mesa Diretora, apresentar todos os cálculos que estão defasados e a decisão foi unânime", defendeu o deputado.

Após pressão pública, a própria Mesa Diretora revogou o aumento. Valdeci reconhece que o episódio lhe deixou exposto a ataques de adversários. O novo presidente da Assembleia busca demonstrar um estilo tranquilo e de apaziguamento. Pela frente, terá que comandar a votação de mais um projeto polêmico, que trata sobre o plano de carreira da Brigada Militar.

A eleição em pauta

O novo presidente da Assembleia terá uma oportunidade rara: ser o líder do Poder Legislativo em ano eleitoral sendo oposição ao atual governo. Mas mais do que dentro da Assembleia, as articulações ocorrem de forma intensificada fora do exercício do poder. "Vou participar ativamente da campanha, mas tendo a responsabilidade de não misturar as situações."

Uma das discussões depende da articulação nacional do PT, que ainda tenta atrair o PSB para compor a chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Só que para isso, os socialistas têm pedido que o PT abra mão da cabeça de chapa para apoiar a candidatura de Beto Albuquerque ao governo do Estado.

"Tenho defendido a articulação que o Lula está fazendo. É um quadro novo que tem uma relação social muito ampla, mas não sou daqueles que se fecham." Mas o desafio que se impõe é curar as mágoas antigas entre as duas legendas. Valdeci foi líder do governo Tarso Genro, quando houve a ruptura. Então, os socialistas deixaram o governo e se alinharam a governos mais a direita. Questões que para Valdeci são superáveis.

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