Publicidade
Notícias | Rio Grande do Sul METEOROLOGIA

Saiba o que é La Niña e como o fenômeno climático afeta o Brasil

Frio fora de época e calor na estação errada estão entre os efeitos da mudança provocada no clima por causa desse fenômeno

Por Redação
Publicado em: 27.07.2022 às 15:26 Última atualização: 27.07.2022 às 15:29

O fenômeno La Niña se caracteriza principalmente por temperaturas abaixo da média na superfície do Oceano Pacífico que fica próxima à Linha do Equador, o que afeta o clima na América do Sul. No Brasil, entre os efeitos mais comuns está o aumento da precipitação e da vazão dos rios na Região Norte e a redução das chuvas na Região Sul. A La Niña tem sido persistente no País desde 2020. Em 2022, teve uma trégua no início do inverno, mas modelos meteorológicos indicam que o fenômeno volte de forma intensa a partir do segundo semestre até o começo de 2023.

Estiagem e os efeitos na barragem da Divisa, em São Francisco de Paula
Estiagem e os efeitos na barragem da Divisa, em São Francisco de Paula Foto: João Ávila/GES-Especial

De acordo com a MetSul Meteorologia, quando há um evento de La Niña, há maior probabilidade de esfriamento da Terra ou apresentação de menor aquecimento do que haveria se estivesse sob El Niño. 

No caso do Rio Grande do Sul, há estudos que mostram os efeitos em produtividade agrícola pelas diferentes fases do Pacífico. Segundo a MetSul, esses trabalhos analisam décadas de dados e indicam que, quando o Estado está sob neutralidade (temperaturas dentro do que é esperado para a estação), o desempenho do plantio ficou acima da média em um terço dos anos, abaixo da média em outro terço e acima no terço restante.

Sob El Niño, o estudo revelou a tendência de aumento de produtividade e com La Niña verificou-se a probabilidade de perdas significativa na colheita.

A La Niña, segundo a meteorologista Estael Sias, é associada ao maior risco de estiagem, mas explica que existem muitas ressalvas a serem feitas do ponto de vista histórico. "Nenhum evento de La Niña é igual ao outro. Apesar de a grande maioria das estiagens no Sul do País ter ocorrido sob neutralidade ou La Niña, a maior seca do Rio Grande do Sul neste século, em 2005, se deu com o Pacífico Equatorial oficialmente numa condição de El Niño." Estael esclarece que esse é o fenômeno em que a população associa grandes quantidades de chuva, diferentemente da La Niña.

No caso do último verão, por exemplo, a MetSul enfatizava e alertava que o fenômeno poderia trazer estiagem forte a severa, como ocorreu com perdas no milho e na soja. Novamente, em 2022, o instituto alerta que a segunda metade da primavera e o começo do verão podem ter irregularidade de chuva, impactando na agricultura.

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Encontrou erro? Avise a redação.
Publicidade
Matérias relacionadas
Botão de Assistente virtual