Saiba o que é La Niña e como o fenômeno climático afeta o Brasil
Frio fora de época e calor na estação errada estão entre os efeitos da mudança provocada no clima por causa desse fenômeno
O fenômeno La Niña se caracteriza principalmente por temperaturas abaixo da média na superfície do Oceano Pacífico que fica próxima à Linha do Equador, o que afeta o clima na América do Sul. No Brasil, entre os efeitos mais comuns está o aumento da precipitação e da vazão dos rios na Região Norte e a redução das chuvas na Região Sul. A La Niña tem sido persistente no País desde 2020. Em 2022, teve uma trégua no início do inverno, mas modelos meteorológicos indicam que o fenômeno volte de forma intensa a partir do segundo semestre até o começo de 2023.
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No caso do Rio Grande do Sul, há estudos que mostram os efeitos em produtividade agrícola pelas diferentes fases do Pacífico. Segundo a MetSul, esses trabalhos analisam décadas de dados e indicam que, quando o Estado está sob neutralidade (temperaturas dentro do que é esperado para a estação), o desempenho do plantio ficou acima da média em um terço dos anos, abaixo da média em outro terço e acima no terço restante.
Sob El Niño, o estudo revelou a tendência de aumento de produtividade e com La Niña verificou-se a probabilidade de perdas significativa na colheita.
A La Niña, segundo a meteorologista Estael Sias, é associada ao maior risco de estiagem, mas explica que existem muitas ressalvas a serem feitas do ponto de vista histórico. "Nenhum evento de La Niña é igual ao outro. Apesar de a grande maioria das estiagens no Sul do País ter ocorrido sob neutralidade ou La Niña, a maior seca do Rio Grande do Sul neste século, em 2005, se deu com o Pacífico Equatorial oficialmente numa condição de El Niño." Estael esclarece que esse é o fenômeno em que a população associa grandes quantidades de chuva, diferentemente da La Niña.
No caso do último verão, por exemplo, a MetSul enfatizava e alertava que o fenômeno poderia trazer estiagem forte a severa, como ocorreu com perdas no milho e na soja. Novamente, em 2022, o instituto alerta que a segunda metade da primavera e o começo do verão podem ter irregularidade de chuva, impactando na agricultura.