Entenda como funciona uma urna eletrônica e por que ela é segura
Sistema, que existe desde 1996, já elegeu políticos de diversas ideologias e foi aprimorado ao longo dos anos
Neste ano as urnas eletrônicas completam 26 anos desde o seu primeiro teste. Ao longo desse período foram seis eleições presidenciais, com políticos dos mais diferentes espectros ideológicos escolhidos para comandar o País. Mesmo assim, alguns grupos ainda insistem na ideia de que o sistema eleitoral não é seguro, entre eles o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), eleito deputado federal diversas vezes pelo modelo.
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Escândalo em papel
Os brasileiros ficaram mais de 20 anos sem poder ir às urnas escolher governadores e prefeitos, o que aconteceu de novo em 1982. Os militares que haviam ocupado o poder no golpe de 1964 ainda estavam no poder, mas iniciavam a transição para a democracia, e naquele ano autorizaram a retomada da votação para governador. A retomada do voto em papel trouxe junto o primeiro escândalo de sabotagem, no Rio de Janeiro, onde o gaúcho Leonel Brizola (PDT) disputava o cargo de governador com Moreira Franco (PSD). As denúncias de fraude se avolumaram ao final do pleito naquele que ficou conhecido como o Caso Proconsult, uma tentativa de transferir votos de Brizola para Franco. Apesar da tentativa, Brizola conseguiu assumir o cargo.
Em 1989 os militares se despediram oficialmente e aconteceu a eleição direta para presidente. No modelo democrático, as urnas eletrônicas chegaram em 1996 como forma de garantir maior segurança na votação e na apuração, além de agilidade ao processo, e desde então o sistema vai se refinando para garantir a lisura do processo eleitoral.
Sistemas de segurança
Quando a urna eletrônica foi apresentada aos brasileiros a Internet ainda era uma raridade. A nova ferramenta de votação veio sem acesso à rede mundial de computadores, e assim permanece até hoje. "A segurança da votação se baseia, primeiramente, na disponibilização do código fonte aos entes fiscalizatórios, antes da lacração dos programas. Estes entes são todos os partidos políticos, a OAB, o Ministério Público Eleitoral, a Polícia Federal, os juízes eleitorais", explica Edson Marchi, chefe substituto do Cartório Eleitoral de Novo Hamburgo.Marchi ingressou na Justiça Eleitoral em 1996. "Nunca ocorreu, em nível de Brasil, um único voto de diferença, o que ratifica que, de fato, cada candidato recebe o voto a ele dado através da urna."
A preparação da urna
Um dia antes da votação, as urnas são testadas através de um programa que roda apertando todos os botões e procurando problemas, após isso é emitido um relatório. Só então são inseridos os softwares com os nomes e fotos de todos os candidatos e seus respectivos números. O programa com os dados dos concorrentes ao Palácio do Planalto é lacrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) antes de ser enviado aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).
É nos Estados que são inseridos os nomes dos candidatos a deputados, senadores e governadores, e também lacrado. Os softwares são entregues nas sessões eleitorais no sábado antes da eleição, quando todas as portas de acesso à urna são lacradas. O programa de votação é programado para aceitar votos apenas a partir das 8 horas do dia da votação, o que impede que qualquer pessoa tente depositar um voto antes do dia.
Votação paralela funciona como auditoria da máquina
Por sorteio, são escolhidas urnas para passarem pela chamada votação paralela, um processo de auditoria no qual as urnas são levadas para um local específico onde será simulada uma votação. O processo é filmado e todos os votos digitados na urna também serão feitos de forma manual, e no final é checado se os votos impressos condizem com o resultado dos eletrônicos. Nessas mais de duas décadas de uso, a auditoria sempre confirmou a segurança do voto eletrônico.
Nova urna estará em algumas cidades
Em 2022 algumas cidades receberão um novo modelo de urna. O modelo chamado de Urna Eletrônica 2020 (UE2020) possui novo design e melhorias relacionadas à capacidade de processamento das informações. A novidade é parte das atualizações constantes realizadas pelo TSE para garantir a segurança do voto. O novo modelo traz um processador melhor, além de uma melhor acessibilidade para pessoas cegas.