MP abre inquérito para apurar caso de racismo durante show de Seu Jorge na capital gaúcha

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) anunciou na noite desta terça-feira (18) que instaurou procedimento para investigar ilícitos de cunho racial e danos ocorridos durante o show do artista Seu Jorge, na noite da última sexta-feira (14), no Clube Social Grêmio Náutico União, em Porto Alegre. Mais cedo, a delegada Andrea Mattos, titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI), afirmou que "houve uma situação de racismo".

O órgão público diz que solicitará à direção do clube informações, mídias e demais instrumentos de prova relacionados ao episódio. O MPRS também acompanhará, na seara criminal, as investigações da Polícia Civil, com a finalidade de analisar integralmente os elementos de prova e as condutas dos envolvidos, além de possível compartilhamento de provas.

Em nota, o Clube Social Grêmio Náutico União diz que é de total interesse do local "a transparente apuração dos fatos", que "na eventualidade de comprovação de crime, defendemos a punição dos envolvidos na forma da lei" e que "repudia qualquer tipo de discriminação". 

Seu Jorge, em vídeo, disse não reconhecer a capita gaúcha, cidade que aprendeu a amar e respeitar, e completou afirmando que o que presenciou foi "muito ódio gratuito e muita grosseria racista".

Também na terça-feira, a Defensoria Pública do Rio Grande do Sul se manifestou, por meio de nota, sobre o caso de racismo registrado contra Seu Jorge. O órgão diz que cumprirá seu "papel constitucional" e "adotará as medidas cabíveis para o necessário combate aos racismos e responsabilização dos envolvidos".