Adolescente é identificado através de fragmento de osso após 22 anos do desaparecimento
De acordo com o IGP, essa foi a mostra mais antiga já analisada pela divisão de Genética Forense do Departamento de Perícias Laboratoriais; jovem de 13 anos havia sumido em 2000 em Manaus
O sofrimento de uma família de Manaus, no estado do Amazonas, chegou ao fim após 22 anos de buscas por um adolescente de 13 anos desaparecido em 2000. Com um fragmento de osso com apenas sete centímetros o Instituto Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul identificou a vítima. De acordo com a instituição, essa foi a mostra mais antiga já analisada pela divisão de Genética Forense do Departamento de Perícias Laboratoriais.
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Por oito anos o osso ficou armazenado em temperatura ambiente no IML de Manaus. Durante um mutirão para sepultamento de ossadas em 2011, a maior parte do crânio foi enterrada junto a outras ossadas antigas. Porém, uma amostra de cada foi guardada.
As tentativas de identificação do osso começou pelo Laboratório de Genética Forense de Minas Gerais. A Polícia Civil do Amazonas foi quem solicitou auxílio do IGP para a realização do trabalho. Foram enviados ao instituto gaúcho o fragmento do osso e as amostras de sangue da mãe e da irmã do menino desaparecido. Com isso, no dia 20 de outubro, os peritos criminais Claudio Xavier Machado e Polyana após diversos exames chegaram com segurança ao resultado positivo de parentesco. No dia seguinte a família do adolescente foi informada. O fragmento foi enviado para Manaus para que a família faça a despedida.
Processo de identificação
O longo período de armazenamento não apropriado do osso fez com que o processo de identificação tivesse dificuldades. Segundo o IGP, o fragmento chegou bastante degradado.
Foram utilizadas três técnicas diferentes para extração de DNA, cada uma levou cerca de duas a três semanas para serem realizadas. O IGP explica que elas levaram a resultados parciais, que juntos permitiram chegar ao perfil genético que foi comparado com familiares. Para reforçar o resultado, foi encontrada uma variante genética rara, tanto no DNA do osso quanto no da mãe e da irmã. Isso aumentou em um milhão de vezes a probabilidade das amostras serem de familiares.
“Mais de 3.500 Km em linha reta separam o ponto de encontro do crânio desse menino à margem do rio, pela própria mãe, e o laboratório onde conseguimos a identificação do corpo. Estamos quase em pontos geográficos opostos no país. No entanto, quando está em jogo o fim do sofrimento de uma família, não há distância, tempo, ou fronteiras geográficas que impeçam a ciência e a cooperação de superar qualquer desafio”, avalia Gustavo Kortmann, chefe da divisão de genética forense do IGP.