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Notícias | Rio Grande do Sul TRAGÉDIA

CICLONE EXTRATROPICAL: Desastre natural foi o mais letal em 40 anos no RS

Das 55 cidades afetadas no Estado, 30 ficam na região do Grupo Sinos

Publicado em: 22.06.2023 às 03:00 Última atualização: 22.06.2023 às 15:59

Com 16 mortes confirmadas, o ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul na semana passada é o maior desastre natural relacionado a chuvas intensas das últimas quatro décadas no Estado. Desde 1980, não há registros de outro episódio que tenha acarretado tantas perdas humanas devido a enxurradas no Estado.

Força das águas provocou destruição e mortes em oito cidades gaúchas. Cinco dos óbitos aconteceram em Caraá
Força das águas provocou destruição e mortes em oito cidades gaúchas. Cinco dos óbitos aconteceram em Caraá Foto: Defesa Civil/RS

O evento gerou comoção social e mobilizou os órgãos governamentais no socorro e atendimento às vítimas. Em sequência ao amparo às famílias afetadas, o próximo passo será a recuperação das estruturas danificadas e destruídas.

Até esta terça-feira (20), foram notificados à Defesa Civil Estadual danos e pessoas atingidas em 55 municípios. Trinta delas em cidades da área de abrangência do Grupo Sinos. Até quarta-feira (21), o Estado contabilizava que o ciclone havia deixado 14.836 pessoas desalojadas e 1.520 desabrigadas. A maioria já voltou para casa.

 

"Se considerarmos os demais episódios de inundações, enxurradas e vendavais do período estudado, houve mais eventos nos últimos anos, mas este de agora é o que mais provocou danos", afirma o diretor do Departamento de Planejamento Governamental (Deplan), Henrique Gomes Acosta, da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).

Base de dados

Em novembro de 2022, a SPGG lançou um mapeamento das ocorrências de desastres naturais no Estado, analisando a sua distribuição e frequência. O material, elaborado a pedido da Defesa Civil Estadual, contempla o período entre 2003 e 2021.

Para verificar dados anteriores ao ano de 2003, é necessário consultar outras bases. Uma pesquisa de Bernadete Weber Reckziegel, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), apresentada em 2007, realizou um levantamento dos desastres desencadeados por eventos naturais adversos no Estado entre 1980 e 2005. Segundo o estudo, nenhum deles causou tantas mortes como o ciclone deste ano.

Mais mortal que todos os fenômenos climáticos entre 2017 e 2021

Apenas entre 2017 e 2021, mais de 4,4 milhões de gaúchos foram direta ou indiretamente atingidos por desastres naturais em 482 municípios do Estado, havendo identificação de 14 mortes, ou seja, menos do que o total provocado pelo ciclone. Ainda de acordo com a pesquisa da SPGG, outros dois eventos chamados ciclone bomba ocorreram em 2020, com uma morte no Rio Grande do Sul. E antes desses eventos, em 2004, ocorreu o furacão Catarina, com 11 mortes, todas em Santa Catarina.

Destaca-se, ainda, a ocorrência de uma microexplosão, evento vinculado à tempestade, que afetou Porto Alegre em janeiro de 2016, com temporal e ventos de até 119,5 km/h, causando prejuízos públicos de grande repercussão na capital, sem registro de óbitos.

As cidades da região atingidas*

Araricá, Bom Princípio, Brochier, Campo Bom, Capela de Santana, Dois Irmãos, Esteio, Feliz, Gramado, Harmonia, Igrejinha, Lindolfo Collor, Nova Hartz, Nova Petrópolis, Novo Hamburgo, Montenegro, Osório, Parobé, Portão, Riozinho, Rolante, Santa Maria do Herval, São José do Hortêncio, São Leopoldo, São Sebastião do Caí, Sapiranga, Sapucaia do Sul, Taquara, Tupandi e Vale Real.

*Ivoti não consta na relação da Defesa Civil do RS, mas aconteceram alagamentos na cidade, inclusive no Núcleo de Casas Enxaimel. 

As vítimas

 

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