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Notícias | Rio Grande do Sul ALERTA

PREVISÃO DO TEMPO: Entenda como dois eventos de chuva intensa podem afetar o Rio Grande do Sul em cinco dias

Um ciclone pode se formar no fim desta semana, mas será sobre o mar e mais distante da costa do que o fenômeno que atingiu o Estado em junho

Publicado em: 05.07.2023 às 13:28 Última atualização: 05.07.2023 às 15:22

Dois episódios de chuva intensa e tempestades devem atingir a região Sul do Brasil em um período de cinco dias. A previsão da meteorologia é de que além da instabilidade, a segunda semana de julho tenha atuação de uma frente fria e de uma frente quente, o que trará uma alta probabilidade de um cenário de "tempo severo".


Ciclone extratropical que atingiu RS na metade de junho deixou prejuízos em diversas cidades da região  | Jornal NH
Ciclone extratropical que atingiu RS na metade de junho deixou prejuízos em diversas cidades da região Foto: Igor Müller/GES-Especial

De acordo com a MetSul Meteorologia, o primeiro episódio de instabilidade ocorre já entre esta sexta-feira (7) e sábado (8), e o segundo está previsto para o início da próxima semana, entre a segunda (10) e quarta-feira (12). Apesar de ser esperado chuva excessiva para ambos os momentos, os fenômenos atingirão os territórios de maneira distintas. 


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"Nenhuma delas [chuvas] se assemelha ao cenário dos dias 15 e 16 de junho", destaca, contudo, a meteorologista Estael Sias, em referência ao ciclone extratropical que atingiu o Estado nestas datas e provocou a morte de 16 pessoas, além de deixar desabrigados e causar prejuízos para mais de 60 municípios gaúchos.

"Embora ofereçam significativos riscos para a população por excesso de chuva e tempestades que, localmente, podem ser severas, estes dois eventos previstos terão baixas pressões que se movimentarão de Oeste para Leste, o normal na região, e não como no evento de junho em que o sistema migrou em direção à costa, antes de afastar para o mar aberto", explica.

Ciclone sobre o mar

A meteorologista explica ainda que o ciclone que pode se formar no fim desta semana será sobre o mar e mais distante da costa do que o fenômeno que atingiu o RS em junho. Ela diz que nos próximos dias não vai esfriar muito porque não existe uma massa de ar frio de maior intensidade avançando no interior do continente. "Por isso, a baixa pressão vai dar origem a um ciclone sobre o mar no fim de semana, mais afastado do continente."

Apesar de as tempestades serem esperadas também para Santa Catarina e Paraná, é no Rio Grande do Sul que o perigo de chuva excessiva com volumes muito altos na soma dos dois episódios é maior. Com os eventos, os acumulados de precipitação no RS devem ser significativamente altos, equivalente ao que poderia ser esperado para um mês de julho sob atuação do El Niño.

Chuvas volumosas

Os dois episódios deverão trazer chuvas volumosas, sendo assim, a soma das precipitações de ambos fará com que os acumulados de chuva sejam bastante altos, principalmente no Rio Grande do Sul. Após as chuvas, parte do território gaúcho deverá ficar com marcas acima de 100 milímetros, e algumas cidades apresentarão ainda de 200 milímetros a 300 milímetros.

A região metropolitana de Porto Alegre e a região dos vales, como Vale do Sinos e Vale do Paranhana, que já foram bastante afetadas por inundações no último mês, devem ser as áreas com maior risco de chuvas volumosas, com chance de novos alagamentos.

A MetSul alerta a população que, mesmo que os eventos climáticos previstos não tenham a mesma intensidade do ciclone extratropical ocorrido na metade de junho, é necessário estar atento aos riscos destes dois episódios de instabilidade. Segundo Estael, a atenção maior deve ser para as chuvas que atingirão o Estado na próxima semana, que poderão ocasionar temporais severos.

Primeiro evento

O tempo já começou a mudar nesta quarta-feira no Rio Grande do Sul com aumento de nebulosidade e chuva sem volumes expressivos no Sul e parte do Leste do Estado, embora o sol apareça em diversos pontos.

Na quinta-feira (6), a chuva afeta o Oeste e o Sul e depois atinge pontos da faixa central do Rio Grande do Sul no fim do dia. A instabilidade aumenta na sexta-feira com o deslocamento de uma frente fria e o aprofundamento de um centro de baixa pressão no fim do dia sobre o Nordeste do Estado.

Nuvens carregadas se formam sobre o RS na sexta com chuva na maior parte do território gaúcho. A chuva que será acompanhada de raios e trovoadas, e que deve ser forte a intensa em alguns momentos. As condições atmosféricas se deterioram muito principalmente na segunda metade do dia, sobretudo à noite. 

No decorrer da sexta, podem ocorrer pancadas por vezes torrenciais que podem gerar elevados volumes de chuva em um curto período. Dessa forma, podem ocorrer alagamentos e inundações repentinas. Além disso, a presença de nuvens carregadas pode gerar temporais com alta incidência de raios, ocasional granizo e vento forte. 

No sábado (8), entre a madrugada e de manhã, a instabilidade atinge o seu máximo de intensidade. Da tarde para a noite, com o afastamento da área de baixa pressão, a instabilidade cede e o tempo começa a apresentar gradual melhoria. 

Segundo evento

A instabilidade dará uma trégua curta. Um segundo evento de tempo severo é projetado para a primeira metade da próxima semana e, segundo a MetSul, este será mais abrangente e com potencial de ser mais forte e ter maiores impactos. 

O evento deste fim de semana vai afetar mais o Rio Grande do Sul, já o da próxima semana terá maior impacto em Santa Catarina e no Paraná, além do RS.

Na segunda-feira (10), fortes áreas de instabilidade se formam sobre o Paraná e começam a avançar de Norte para Sul, impulsionadas por ar muito quente que vai estar ingressando pelo interior do continente sobre o Paraguai. Isso vai gerar uma frente quente clássica, um fenômeno típico de inverno, que se propaga para o Sul e levará chuva e trovoadas com risco de temporais isolados até o fim do dia ao Rio Grande do Sul e Santa Catarina. P

Na terça-feira (11), a frente vai estar sobre o Estado com chuva e temporais. Ao longo do dia, à medida que ar muito gelado avança pelo interior do continente com um centro de alta pressão, a frente perderá suas características quentes e passará a ser uma frente fria. Com efeito, a terça-feira é um dia de alto risco de chuva forte a intensa com altos volumes e ainda temporais.

Na quarta-feira (12), a chuva avança de Sul para Norte. Até o fim do dia chegaria ao Centro-Oeste, também com risco de temporais. 

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