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Notícias | São Leopoldo Economia

São Leopoldo fica sem segundo shopping center

Anunciado em 2012, empreendimento seria instalado na Zona Norte da cidade, mas acabou entrando na recuperação judicial da construtora devido à crise econômica de 2015. Terreno foi vendido para condomínios

Por Thiago Padilha
Publicado em: 13.01.2020 às 17:23 Última atualização: 13.01.2020 às 17:24

Terreno no bairro Santos Dumont, ao lado de um atacado, agora será destinado para a construção de dois condomínios Foto: Diego da Rosa/GES
São Leopoldo, que foi a primeira cidade do interior do Rio Grande do Sul a ter um shopping center, por enquanto, não terá um segundo empreendimento, apesar de ter sido anunciada sua instalação há oito anos. A Construtora Brasília Guaíba (CBG), que ergueria o Shopping Luzes do Vale na Avenida Arnaldo Pereira da Silveira, ao lado do Makro Atacado, no bairro Santos Dumont, a poucos metros da RS-240, entrou em recuperação judicial em 2015 e, no ano passado, fez a venda da área para a MRV Engenharia construir um condomínio residencial. O dinheiro da negociação foi usado para o pagamento de encargos trabalhistas e credores.

A CBG, empresa fundada em 1934, destacou-se no projeto e construção de barragens, gasodutos, pontes e viadutos, além de obras de terraplanagem e pavimentação de rodovias. O Luzes do Vale seria seu primeiro shopping. Segundo o diretor-presidente da construtora, André Loiferman, a empresa era essencialmente dedicada a obras de infraestrutura do setor governamental, sendo diretamente afetada pela crise econômica de 2015. "A maioria das construtoras optou pela recuperação judicial para evitar a quebra. Os governos, tanto federal, quanto estadual, começaram a atrasar o pagamento pelas obras realizadas e suspensão de novas licitações criaram essa situação de desequilíbrio nas grandes empreiteras. A decisão de cancelar a obra do shopping foi dessa época e entrou como parte da nossa recuperação judicial", disse Loiferman, salientando que o mercado de shoppings tem sofrido uma grande retração. A dívida da Brasília Guaíba, segundo seu processo de recuperação judicial, chegava a R$ 172 milhões em 2015 - cerca de R$ 230 milhões com correção monetária. A área em São Leopoldo e o projeto construtivo do shopping foram avaliados em R$ 16,1 milhões recentemente. Foi vendido por R$ 8,1 milhões.

Negociação

Administrador judicial da Construtora Brasília Guaíba, Laurence Medeiros, explica que a venda do terreno, junto com o projeto da construção do shopping, constava no plano de recuperação judicial. "Porém, não houve interessados. Então, foi vendido apenas o terreno para a MRV, e o plano do shopping foi cancelado", salientou. Em nota, a MRV informou que vai construir os empreendimentos Porto Frankfurt (já lançado) e Porto Munique (ainda não lançado). "A área foi adquirida com a proposta dos empreendimentos e o mesmo foi informado no processo de recuperação judicial da empresa Brasília Guaíba."

Empreendimento

Projeto construtivo foi apresentado em 2012 Foto: arquivo/ges
O Shopping Luzes do Vale seria instalado na área onde funcionava o antigo aeroclube. Por isso, seu conceito arquitetônico era focado em conforto em um ambiente natural com muita luminosidade externa, natureza e transparência. O empreendimento previa alto potencial de acessibilidade para atender o público consumidor que circula entre São Leopoldo, Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul, Esteio e Canoas. O projeto contemplava o shopping com quatro lojas âncoras, 363 lojas satélites, salas de cinema e 850 vagas de estacionamento, e um segundo prédio onde funcionaria o Power Center, um centro comercial aberto com duas lojas âncoras e 34 lojas satélites.

 

Novo Hamburgo e Canoas já têm dois shoppings

Na mesma época, foram anunciados os shoppings I Fashion, de Novo Hamburgo, e ParkShoppingCanoas. Ambos já operam.

1990

foi o ano da inauguração do extinto Sinos Shopping, atual Bourbon.

Pedreira também entrou na recuperação

Além do terreno do shopping em São Leopoldo, uma pedreira localizada no bairro Rincão do Cascalho, localizada às margens da RS-122, em Portão, também entrou no plano de recuperação judicial da construtora. A área teve o terreno avaliado em R$ 1,9 milhões e as jazidas, em R$ 6,7 milhões, somando R$ 8,7 milhões. Na liquidação forçada, baixou para R$ 5,2 milhões. De acordo com Medeiros, está prevista a formação de uma UPI (unidade produtiva isolada) e a venda dela no processo de recuperação judicial.

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