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Notícias | São Leopoldo Economia

Comércio prepara vagas para demanda do fim de ano na região

Setor, que foi muito impactado pelas restrições da pandemia, projeta bom movimento no Natal, principal data de vendas do ano. Por isso, entidades acreditam na abertura de vagas temporárias e até efetivas no período

Por Priscila Carvalho
Publicado em: 04.11.2020 às 07:30 Última atualização: 04.11.2020 às 07:57

A loja onde Bianca dos Santos é dirigente está contratando para a demanda de fim de ano Foto: Diego da Rosa/;GES/Diego da Rosa/GES
A melhor época de vendas para o comércio está chegando e, com ela, uma grande expectativa de recuperação econômica num ano marcado por restrições à pandemia e que acabaram atingindo fortemente o setor. E esperando por um bom movimento de clientes para as compras de final de ano, é que já há lojistas fazendo contratações pontuais nesse período: as chamadas vagas temporárias que, em muitos casos, podem virar efetivas.

Conforme pesquisa da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), com 1.092 estabelecimentos do varejo no Estado, 35,2% desses estabelecimentos pretendem contratar trabalhadores temporários para atender a demanda de fim de ano. Dentre as empresas que empregarão no período, 42,9% delas declararam que há chance de efetivação ao final do contrato.

Apesar disso, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) destaca que, por conta da crise do novo coronavírus, a oferta de vagas temporárias para o Natal em 2020 deve ser a menor dos últimos cinco anos. Segundo projeção da entidade, 70,7 mil trabalhadores temporários serão contratados neste fim de ano para atender ao aumento sazonal das vendas. O número é 19,7% menor do que o registrado em 2019 (88 mil).

Black Friday e Natal

Entre as entidades leopoldenses, o momento é de otimismo, mas também com alguma incerteza. Na iminência de lançar uma campanha específica para o Natal, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de São Leopoldo, Olinto Menegon, disse acreditar muito nas vendas para a data. Apesar de não ter a informação precisa de quantos profissionais devem ser contratados no setor para a época, ele analisa que o número deve representar um bom percentual dentro da necessidade dos estabelecimentos.

"Muitos demitiram durante a pandemia e terão que contratar novamente, porque a demanda de fim de ano requer. Acreditamos positivamente nas vendas de Natal", enfatiza, lembrando que as comercializações da Black Friday - realizada na última sexta-feira de novembro - também devem ser boas. "Já tem lojas antecipando a Black Friday. Acho que já é uma preliminar do que serão as vendas de Natal. Hoje, tudo que venha a motivar o olho do consumidor é importante para reativação do setor comercial", frisou Menegon.

O mesmo acredita o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de São Leopoldo (Sindilojas), Walter Seewald, citando que os comerciantes estão começando a recontratar - depois de muitas perdas durante a pandemia -, à medida que o movimento tem aumentado. "Muitas contratações serão para repor aquelas que foram dispensadas", disse, almejando que o fluxo de vendas não será como em 2019, mas pode chegar perto.

30,7 mil vagas em lojas de vestuário e calçados

Conforme a CNC, as lojas de vestuário e calçados, que historicamente respondem pela maior parte dos empregos temporários neste período, deverão ofertar 30,7 mil vagas em todo o País, em 2020, o que equivale a pouco mais da metade dos 59,2 mil postos criados em 2019.

Projeção positiva na região

Nas entidades da região, o clima também é positivo com relação a contratações. Na CDL Esteio, por exemplo, segundo o presidente, Renato Schmidt, existe tendência para a contratação de trabalho temporário no final de ano, pois se observa o comércio em recuperação. "Entretanto somente nos próximos dias haverá definição, pois os lojistas também estão levando em conta o preocupante desabastecimento que se observa em vários segmentos", ponderou.

Já o presidente da CDL Sapucaia do Sul, Diego Perin, projeta que em torno de 25% dos lojistas do município farão contratações nessa época. "Mesmo com a crise, o Natal gera muita expectativa e sempre é um período de grande movimento para o comércio de Sapucaia."

Para quem não tem experiência

Ao passar pelo Centro da cidade, já é possível ver, ainda que de forma tímida, cartazes divulgando vagas nas lojas. Na loja de calçados em que Bianca dos Santos é gerente, por exemplo, estão contratando vendedores. "Para o final de ano mesmo", ressaltou a gerente, comentando que a intenção é contratar quatro profissionais, dois para cada uma das lojas da rede, que ficam na Rua Independência. "Estamos contratando já agora, porque a gente não pode chegar no início de dezembro e começar a contratar. Temos que estar com a equipe pronta até lá", destacou, salientando que não está pedindo experiência como pré-requisito. "Não precisa ter experiência, vindo com força de vontade e querendo trabalhar, eu ensino."

Na indústria também

O vice-presidente de Comércio da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo (Acist-SL), Felipe Feldmann, entende que a decisão pela contratação de vagas temporárias não é unanimidade junto aos estabelecimentos consultados, num levantamento informal feito por ele. "Vários informaram que não haverá substituição dos trabalhadores demitidos em função do fechamento das lojas, enquanto outros irão apenas recolocar as vagas perdidas", aponta. Para Feldmann, a indecisão dos empreendedores é decorrência da instabilidade no fornecimento de matérias-primas para a produção dos artigos que vão para as lojas. "Vários lojistas informaram que estão com o estoque baixo. Diante de todo este quadro, por enquanto, não temos como apontar se haverá crescimento nas contratações temporárias."

Por outro lado, o vice-presidente de Indústria da Acist-SL, Cleomar Prunzel, pondera que, na indústria, as contratações temporárias devem crescer. "As empresas perceberam que o contrato de trabalho temporário era a forma mais segura para manter sua produção. Ele se apresenta como uma excelente alternativa por oferecer a flexibilidade na gestão, rapidez na contratação e, principalmente, segurança jurídica para ambas as partes", pontua. Outro aspecto a ser considerado, segundo o dirigente, é de que na indústria, durante a pandemia, ocorreu o afastamento de uma parte dos colaboradores que pertencem a algum determinado grupo de risco.

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