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Notícias | São Leopoldo OPERAÇÃO DA POLÍCIA CIVIL

Vereador investigado por 'rachadinhas' era conhecido como '8K' por cobrar R$ 8 mil para liberar alvarás

Rafael Souza (PDT) começou a ser investigado em 2020, quando ainda era secretário na Prefeitura de São Leopoldo. Atual secretário de Administração também foi alvo de ação policial nesta manhã

Por Renata Strapazzon
Publicado em: 22.12.2022 às 11:31 Última atualização: 22.12.2022 às 16:43

Afastado do cargo de vereador durante operação da Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (22) por suspeita de "rachadinha", Rafael Souza (PDT) era conhecido no meio político como "Rafa 8K". O apelido foi criado quando ele ainda era titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Tecnológico (Sedettec), cargo que assumiu em 2017.

Vereador Rafael Souza
Vereador Rafael Souza Foto: Divulgação

Souza começou a ser investigado em 2020 após denúncia à Polícia. O relato era de que, no auge da pandemia, ele exigia o pagamento de R$ 8 mil a empresários para a liberação de alvarás. O comportamento, segundo testemunhas, motivou o apelido. Nas redes sociais, a letra K é usada para representar "mil".


Nos bastidores da prefeitura, circulavam memes com figurinhas do então secretário Sedettec com mensagens relacionadas ao suposto esquema de corrupção.

Além da suspeita da cobrança para a liberação dos alvarás, Souza, já como vereador, é investigado também por "rachadinha", com a cobrança de valores mensais a cargos em comissão indicados por ele. Segundo a investigação, "CCs" que ganhavam salários de R$ 4 mil eram obrigados a repassar, mensalmente, o valor de R$ 2,5 mil ao vereador e à esposa dele.

Na tarde desta quinta-feira (22), um oficial de justiça esteve na Câmara de Vereadores e notificou a presidência da casa sobre a decisão da Justiça de afastar o vereador das suas funções no Legislativo por tempo indeterminado. Com isso, a Câmara deve realizar uma nova eleição para vice-presidente da Mesa Diretora na gestão 2023, pois Souza havia sido eleito para o cargo nesta semana.

Outros investigados

Na investida desta terça-feira, batizada de Operação Consiglieri, agentes da Draco cumpriram ordens judiciais de busca e apreensão na Câmara de Vereadores e na Prefeitura. Além de Souza, são investigados na ação policial a esposa dele, o assessor do vereador, o secretário municipal de Administração, Thiago Gomes, e um servidor do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae).

Pedido de prisão foi negado pela Justiça

O delegado responsável pela investigação, Ayrton Martins de Figueiredo Júnior, afirma que Polícia havia pedido a prisão preventiva dos investigados, o que foi negado pela Justiça. Em vez disso, foram aplicadas medidas alternativas como o afastamento por tempo indeterminado das funções, sequestro de bens e bloqueio financeiro dos investigados.

Ayrton esclarece que foram apreendidos computadores e celulares. Também, durante o andamento do processo, os investigados estão proibidos de contatar testemunhas.

A operação foi realizada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco)

Investigados

A Polícia Civil não confirmou o nome do parlamentar investigado, contudo, a reportagem apurou que trata-se de Rafael Souza (PDT). Uma assessora contatada pela reportagem disse que o político falará somente à tarde sobre o caso. O espaço está aberto para a manifestação.

Procurada, a prefeitura informou que o secretário de Administração foi exonerado do cargo. (Leia a nota completa abaixo). A imprensa do Semae informou que não houve comunicação oficial de afastamento de nenhum servidor e que, havendo isso, a autarquia se manifestará a respeito.

Nota da prefeitura de São Leopoldo

"A Prefeitura de São Leopoldo comunica que na manhã desta quinta-feira, 22 de dezembro a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão da Operação Consiglieri no gabinete do secretário municipal da Administração, e o servidor em questão foi exonerado.

Informamos ainda, que zelando pela conduta ética e adequada dos princípios públicos, estamos contribuindo com todos os processos de investigação para que os fatos sejam apurados.

Com relação às denúncias envolvendo alvarás, referidas na Operação, a Administração Municipal informa que nunca houve registro oficial envolvendo este tema e determinou a imediata abertura de processo administrativo para apurar tais fatos, do período 2017/2020."

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