Incêndio em empresas de reciclagem pode ter sido criminoso

O capitão dos Bombeiros de São Leopoldo, André Borges Fernandes, explica que existem indícios de que o incêndio nas duas empresas de reciclagem tenha sido criminoso. "Não podemos ainda afirmar com certeza, mas há indícios de que foi criminoso, pois tinham deformações no telhado em dois locais diferentes", disse ele. 

Um incêndio em duas empresas de reciclagem de São Leopoldo aconteceu na madrugada de quinta-feira (23). Uma das empresas de reciclagem, localizada na Avenida João Corrêa, no bairro Vicentina, teve a perda total dos equipamentos, veículos e estrutura. Mesmo com as suspeitas, a causa do incêndio não está esclarecida.

O capitão dos Bombeiros de São Leopoldo, afirma que devido a grande quantidade de material reciclado no local, após o término do rescaldo, por volta das 16h, o fogo retornou em alguns pontos da empresa de reciclagem. Por isso, a equipe se deslocou novamente durante a noite e o capitão André Borges Fernandes acredita que não haverá mais o retorno do fogo. 

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A empresa ao lado, Sul Ambiental, sofreu danos, porém menores. O sócio proprietário da Sul Ambiental, Rodrigo Cesar Vieira, 45 anos, relata que eles tiveram prejuízo em dois pavilhões. “O fogo estava vindo muito rápido, 0h30 começou e 1h30 o fogo já tinha se espalhado por tudo, isso com o pessoal botando água. Perdemos muitas ferramentas, geradores e máquinas”, lamenta.

Vieira também revela que as câmeras de segurança captaram uma explosão. “A nossa câmera de segurança gravou uma explosão e os vizinhos escutaram tiros também antes do fogo. Nosso vizinho é a Rainha da Sucata, uma empresa que compra e vende material plástico. Eles tinham um estoque muito grande desse material que pegou fogo e acabou vindo para o nosso lado.”

Para ele e também para os moradores, foi uma noite muito difícil. “Usamos todos os nossos extintores de incêndio, o pessoal da vizinhança veio ajudar, ninguém se machucou, mas foi complicado.”

Por volta das 15 horas, as chamas foram contidas, porém, um pouco de fumaça ainda tornava o ar do ambiente difícil de respirar. O cheiro dos resíduos da reciclagem queimados estava forte no local. O 2º sargento do Corpo de Bombeiros de São Leopoldo, Ederson Douglas Machado de Lima, 37 anos, explica que assim que os bombeiros de São Leopoldo chegaram no local, solicitaram apoio dos batalhões vizinhos, como Sapucaia do Sul e Novo Hamburgo.

Foram usados em torno de 150 mil litros de água. “Os danos materiais na Rainha da Sucata foram  100%,eles perderam tanto os materiais para fazer a reciclagem quanto o prédio, não sobrou nada. Foram perdidos um caminhão, um veículo pequeno, uma empilhadeira e alguns equipamentos”, disse o sargento. 

Agentes da Defesa Civil também prestaram apoio às equipes

Foram disponibilizadas duas retroescavadeiras do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae). Os agentes também realizaram uma vistoria técnica nas residências e orientaram que moradores que não mantivessem contato com a fumaça.

Empresas precisam apresentar laudo

De acordo com o Departamento de Licenciamento Ambiental de São Leopoldo, a Rainha da Sucata possuía licença ambiental emitida pela secretaria e estava vigente. Esta empresa foi totalmente atingida. A Sul Ambiental, que foi atingida parcialmente, estava com a licença vencida, mas já havia solicitando a renovação que está em análise. Foi solicitado para as empresas um laudo sobre as possíveis causas do sinistro. Também foi exigido um plano de ação sobre as medidas mitigatórias pós-incêndio.

Ajuda da comunidade

Os moradores do bairro Vicentina observavam o trabalho e o estrago causado pelas chamas. Muitos deles apoiaram os empresários e bombeiros durante o combate ao incêndio. Uma das moradoras, que preferiu não se identificar, auxiliou o Corpo de Bombeiros desde o início do incêndio até o momento do rescaldo, levando água aos bombeiros, para amenizar o clima proporcionado pelo aquecimento do local.