Ex-secretário de Saúde de São Leopoldo é acusado de agredir a ex-companheira
Diego Pitirini entrou em férias para se defender na semana passada e foi substituído pelo governo na segunda-feira
O ex-secretário municipal de Saúde de São Leopoldo Diego Pitirini foi acusado por suposto envolvimento em caso de violência doméstica ocorrido em Porto Alegre, no ano passado. O assunto veio à tona na noite de terça-feira (11), após vazarem nas redes sociais cópias de atas internas do Partido dos Trabalhadores que tratam do comportamento agressivo.
O mesmo material foi entregue a todos os vereadores no dia seguinte (12) em envelopes anônimos. Na mesma data, Pitirini entrou em férias de 20 dias para se defender. Ele nega as acusações. O prefeito Ary Vanazzi estava em Brasília.
E na quinta-feira (13), o governo municipal anunciou a pedagoga Andréia Nunes como nova titular da Semsad. Ela foi empossada no cargo na segunda-feira (17).
Desde o dia 11 a reportagem buscava verificar a veracidade das informações recebidas anonimamente, o que foi confirmada pela Delegacia Especializado de Atendimento à Mulher (Deam) de São Leopoldo somente nesta quarta-feira (19) após o número do boletim de ocorrências ser apresentado.
Caso registrado em Porto Alegre
Conforme o boletim de ocorrência, de 2022, após cinco anos de relacionamento e oito meses separados, a vítima informou à Delegacia da Mulher de Porto Alegre que o suspeito a sacudia pelos braços, dava socos na cabeça com travesseiro na cara antes de bater, chutes no corpo e asfixia.
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Numa das vezes, conforme o relato, ele próprio a teria levado para atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Norte, no bairro Scharlau, com o braço quebrado. A titular da Deam leopoldense, delegada Michele Arigony, informou que a vítima chegou a solicitar medida protetiva, mas foi indeferida pela Justiça.
Comissão de ética
O caso foi tratado na Direção Nacional da Articulação de Esquerda (DNAE), corrente do PT a qual pertence o prefeito Vanazzi e os vereadores Marcel Frison e Ana Affonso. Em abril do ano passado, apesar de não haver denuncia formal, o órgão decidiu recomendar o caso para a comissão de ética nacional, além do afastamento do cargo e suspensão da militância, no âmbito do partido.
A presidente do diretório de São Leopoldo do PT, Dolores Pessoa, informou que "o Diego continua filiado, não temos nenhum processo de pedido em São Leopoldo" e que "não há pedido de desfiliação ou processo em aberto da pessoa em questão, o que houve foi uma expulsão da corrente interna do partido no momento não temos nenhum pedido, assim que chegar no partido algo vamos encaminhar".
A presidente do PT estadual, Juçara Maria Dutra Vieira, informou que o diretório gaúcho soube do caso recentemente e o encaminhou para ser analisado pela Secretaria das Mulheres da sigla.
Sem processos
À reportagem, Pitirini afirmou que não responde a nenhum processo civil ou criminal por violência doméstica. "Também reitero que nunca fui informado de nenhuma Comissão de Ética do Partido dos Trabalhadores sobre o tema. Desconheço até o momento o material que recebeu. Estou de férias, para organizar as ações jurídicas necessárias, visto que calúnia e difamação são crimes pelo Código Penal."