O Brasil amanheceu em choque e horrorizado nesta sexta-feira com o pronunciamento do Secretário Especial de Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim. Em fala grotesca, bizarra, com ares de insanidade e em tom funesto, o principal nome da cultura no governo citou quase ipsis litteris uma frase de nada menos que Joseph Goebbels, o ministro da propaganda nazista de Adolf Hitler.
Disse o Secretário Especial de Cultura:
"A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo, ou então não será nada."
O que disse Goebbels na Alemanha nazista:
"A arte alemã da próxima década será heróica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada."
Não bastasse a citação de Goebbels e o discurso de nítido contorno fascista, o pronunciamento foi feito com música ao fundo, um trecho de Lohengrin de Wagner, uma ópera que Hitler afirmou foi decisiva em sua vida.
Se você apóia o governo, você tem o dever de condenar tal pronunciamento. Se você não apóia o governo, o dever é idêntico. Não há lugar para discurso inspirado em nazismo no ano de 2020. O Brasil lutou na guerra e perdeu centenas de homens para derrotar o nazi-fascismo.
Roberto Alvim não pode terminar o dia no cargo. É um sujeito execrável, repugnante, digno de uma instituição psiquiátrica, e que não tem lugar na vida nacional.
A sua permanência seria um endosso do Palácio do Planalto à mais odiosa das ideologias. Seria, como no filme Bastardos Inglórios, ter uma suástica riscada na testa do governo brasileiro.
Nazismo nunca mais!