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Em 40 dias, 15 mortos: a Brigada Militar não está de brincadeira

Por Micheli Aguiar
Publicado em: 06.03.2020 às 09:54 Última atualização: 06.03.2020 às 09:54

Sete morreram em contronto com a BM em Paraí, na Serra Foto: Rádio Club de Paraí/Reprodução
Em menos de 40 dias, ao menos 15 criminosos morreram em confronto com a Brigada Militar (BM) no Estado. Só na madrugada desta sexta-feira (6) foram sete assaltantes mortos. O bando trocou tiros com a BM durante tentativa de ataque a duas agências bancárias na cidade de Paraí, na Serra. Durante o mês de fevereiro houve ainda confrontos em Novo Hamburgo, Montenegro, São Leopoldo e Estrela.

Diferentemente dos demais casos, onde a BM chegou aos locais em uma ação de resposta a um roubo ou ataque e, na fuga dos criminosos trocou tiros, na pacata Paraí teve o envolvimento da inteligência da corporação. Sabia-se que poderia haver ataques a bancos em algumas cidades do Estado nesta madrugada, o que se confirmou. Além de Paraí, em Segredo, no Vale do Rio Pardo, também houve ataque. Por lá, o bando fugiu e ainda não se sabe se houve êxito.

De posse da informação de ataque em Paraí, a BM local recebeu reforço de policias no aguardo da chegada dos criminosos e faz parte da Operação Angico, ação de prevenção a roubo e furto de bancos no interior do Rio Grande do Sul. 

Os fuzis dos criminosos não foram suficientes para sanar o desejo de cumprir missão dos policiais. É regra na Polícia não permitir colega morrer e, em situações como essas, onde os criminosos se veem acuados, eles atiram para matar. Não se tem conhecimento que algum dos assaltantes tenha sobrevivido. Nenhum policial ficou ferido. 

Quem escolhe o confronto é o criminoso. Se ele reagir, colocar em risco a vida de um terceiro, nos vamos reagir.

Comandante-geral da Brigada Militar, coronel Rodrigo Mohr Picon.

Independentemente de uma ação pensada ou de resposta, o elevado número de morte de criminosos em confronto com a BM mostra que a corporação não está para brincadeira, praticamente tolerância zero. Mesmo que isso não fique claro em falas institucionais. Muitos na sociedade, talvez até a maioria, hão de dizer "bandido bom é bandido morto". No entanto, será que não devemos usar o momento para refletir porque ainda temos tantos crimes? A solução é complexa. 

Cronologia

Em 31 de janeiro, um homem morreu ao tentar agredir um brigadiano com uma barra de ferro em Bagé. Denilson Duarte, de 39 anos, havia assaltado pedestres na cidade e, com um comparsa, tentava fugir dos policiais. Ele foi alvejado com sete disparos. 

No dia 6 de fevereiro, após fugir de uma abordagem na Polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR-116, três homens entraram em confronto com a BM já dentro de São Leopoldo. Um criminoso morreu, um ficou ferido e um terceiro segue foragido.

No início de fevereiro, um grupo de criminosos entrou em confronto com a Brigada Militar na Linha São Jacó, interior do município de Estrela. Três homens morreram na ação. Segundo a Polícia, o objetivo do bando era assaltar uma agência bancária no município de Serafina Corrêa.

No feriadão de carnaval, após uma tentativa de roubo frustrada na cidade de Brochier, no Vale do Caí, a BM entrou em confronto com os criminosos. Dois morreram durante troca de tiros na fuga e um terceiro foi preso, no dia seguinte, em Gravataí. 

No dia 21 de fevereiro, em Novo Hamburgo, um adolescente de 16 anos morreu também em confronto com a BM. Ele e um comparsa de 20 anos fugiam após roubar um carro em Estância Velha. 


O artigo publicado neste espaço é opinião pessoal e de inteira responsabilidade de seu autor. Por razões de clareza ou espaço poderão ser publicados resumidamente. Artigos podem ser enviados para opiniao@gruposinos.com.br
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