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Churrasco de Bolsonaro é a cremação da dignidade humana

Leia a opinião de Alexandre Aguiar

Por Alexandre Aguiar
Publicado em: 08.05.2020 às 21:45 Última atualização: 08.05.2020 às 21:46

Foto por: Jornal NH
Descrição da foto: Alexandre Aguiar
E se José Sarney tivesse feito um churrasco no Palácio da Alvorada no pior dia das chuvas que mataram 300 no verão de 1988 no Rio de Janeiro? E se Fernando Henrique reunisse amigos para uma confraternização e churrasco em 12 de setembro de 2001, com o mundo em choque pelos atentados? E se Lula tivesse feito uma “pelada” com churrasco no dia seguinte ao acidente da Tam, em Congonhas, em 2007? E se, em 2013, Dilma tivesse oferecido um churrasco no domingo do incêndio da Kiss? E se Michel Temer tivesse chamado amigos para uma churrascada no Palácio do Jaburu em meio à comoção nacional pelo desastre do avião da Chapecoense?

Nenhum dos ex-presidentes do período democrático foi capaz de tamanha ofensa, porém Jair Messias Bolsonaro será.

O 38º presidente da história do Brasil anunciou na porta do Palácio da Alvorada na quinta que, neste sábado, 9 de maio de 2020, vai oferecer churrasco para amigos e colaboradores com 30 pessoas na residência oficial da Presidência da República. E que o churrasco só não poderá ter bebida alcoólica para não desagradar a evangélica primeira-dama, mas terá uma “pelada” de futebol para confraternizar.

Questionado na mesma porta do Alvorada nesta sexta-feira sobre o churrasco em meio a números galopantes de mortos pela pandemia, Bolsonaro zombou: “Está todo mundo convidado aqui, 800 pessoas no churrasco, quem estiver aqui amanhã a gente coloca pra dentro, vai dar mais ou menos 3 mil pessoas no churrasco”.

Quando o Brasil ainda não tinha nenhuma morte, era uma fantasia. Ao se aproximar dos mil mortos já era uma “gripezinha”. Aos 3 mil mortos, “não sou coveiro”. Aos 5 mil mortos, “e daí”. E aos 10 mil mortos que serão alcançados neste sábado na estatística do Ministério da Saúde, um churrasco de confraternização.

Nem picanha nem costela. Bolsonaro não vai assar carne de gado neste sábado. Cremará sim é a dignidade humana. Incinerará o bom senso em meio a uma catástrofe. Fará arder o que poderia haver de resto de compaixão, se um dia existiu, na sua figura. Incinerará o respeito para com os mais de 10 mil mortos e seus familiares. Queimará a humanidade que se espera de qualquer líder no sofrimento do seu povo.

No exato momento em que estiver abocanhando carnes suculentas em meio a gargalhadas e risos de seus apoiadores no Alvorada, corações estarão parando de bater em todo o País de pessoas adoecidas pelo novo vírus. Serão mais Pedros, Marias, Antonios. Josés, Lucas, Mateus, deixando filhos, filhas, netos, netas, irmãos, irmãs e amigos. Vidas e sonhos que acabam para virar uma macabra estatística, mas no Planalto Central o sangue vai correr nos espetos presidenciais.

Bolsonaro é a personificação do mal. Ser bestial. A antítese dos ensinamentos cristãos. O falso Messias. O que a Bíblia, no evangelho de Mateus, descreve como “o falso profeta que enganará os eleitos”. O pastor do culto da morte.


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