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Já vivendo a "nova normalidade"

A retomada gradual de atividades traz junto medidas, normas e até atitudes que, em muitas situações, deverão fazer parte da nossa vida daqui por diante. Essa situação marcará 2020 como um ano, sem dúvida, fora da normalidade.

Por Guilherme Schmidt
Publicado em: 15.05.2020 às 13:04 Última atualização: 15.05.2020 às 20:00

A expressão surgida nos Estados Unidos (the new normal - que lá é até nome de uma série cômica há alguns anos, mas que nada tem a ver com a pandemia) vem sendo adotada para definir a retomada das atividades após o lockdown, a quarentena ou, para simplificar, o isolamento social aos qual muitos foram submetidos pelo mundo afora para frear a propagação do novo coronavírus. A “nova normalidade” diz respeito aos efeitos do combate à Covid-19 no nosso dia a dia, na nossa rotina transformada pela pandemia. As máscaras, o distanciamento, a limitação ao atendimento dos estabelecimentos comerciais e públicos, o evitamento às aglomerações, a relação com os gastos, a interação com as pessoas. É sobre o toque, o compartilhamento, o cumprimento de mão, o abraço e o beijo evitados. As mãos mais vezes lavadas ao dia e higienizadas com álcool gel. Enfim, a lista é longa e ainda tem muitos pontos a se acrescentar. O novo normal está nas ruas, está em cada espaço que se entra, está em nossos lares. Seja você a favor ou contra. E essa situação marcará 2020 como um ano, sem dúvida, fora da normalidade.

Ainda longe da volta

Aos poucos, decretos estaduais e municipais vão flexibilizando a retomada de algumas atividades. Mas, algumas voltas são bem complicadas. É o caso das aulas, que envolvem, principalmente, crianças. Quem tem filhos sabe que viroses são algo normal nestes ambientes. E cuidar de todas regras de higienização com os pequenos não é tarefa fácil mesmo quando não se tinha a pandemia. Caminhamos para volta às aulas só no segundo semestre, mas ainda estaremos em uma estação que resfriados (os "tradicionais narizes escorrendo") e gripes são comuns nas escolas. 

Aglomerações

Área que ainda não vislumbra a volta é a de eventos. Se fala no segundo semestre, mas isso parece  muito difícil. Já tem quem projete só para o fim do ano ou até só em 2021. O próprio futebol com público é algo, apesar da bola voltar a rolar em alguns países, longe de se liberar.  Muitas casas de festas (e o seu entorno com lojas de decoração à alimentação) podem não reabrir na região. O prejuízo é alto para quem, sem receita, tinha aluguel e equipe para pagar.

A via crucis da classe artística

Nesta turma de eventos entram ainda os artistas, que vão se virando em lives, nas transmissões ao vivo que vão rolando em redes sociais na Internet. As festas, feiras, shows, apresentações em teatros, salas culturais ou até mesmo ao ar livre (que podem gerar aglomerações) são inimagináveis no momento. Mas não são os grandes artistas que preocupam. Estes ganhavam milhares de reais ao mês com seus shows e certamente devem ter suas "economias" e investimentos para sobreviver a esta pandemia.  O problema são aqueles que viviam do dia a dia, das apresentações do mês ou até da semana para pagar suas contas. Muitos destes artistas já vivem uma situação complicada, sem ter como pagar aluguel, luz, água ou mesmo comprar alimentos.  

Litro da gasolina

Já sobre os preços, a alta de 10% nas refinarias fez alguns postos subirem de R$ 3,40 a R$ 3,65 ontem. A tendência é que haja uma nova baixa para a casa dos R$ 3,50, talvez. Isso se a Petrobras não der uma nova alavancada na próxima semana. Ainda não é para tanto, mas estes reajustes semanais, conjugados com o arrocho econômico do consumidor, podem fazer voltar uma cena que há muitos anos nós não víamos (à exceção da inédita greve dos caminhoneiros há dois anos): as filas para abastecer pelo preço antes do aumento anunciado.  

Posto notificado

O Procon notificou posto de combustíveis leopoldense para adequação visual dos valores e tipos dos combustíveis. Neste sobe e desce de preços têm placas incompletas, sem o valor do litro do combustível mostrado claramente. E isso, muitas vezes, ocorre porque o proprietário fica à espera da concorrência para ver se aumenta, reduz ou se mantém o seu preço. 

Bate-papo on-line Sesc

Sesc São Leopoldo inicia hoje série de lives sobre Esporte e Cultura. A transmissão ao vivo será com Diego Pedreti Dresch, às 19 horas, em bate-papo sobre marketing esportivo no www.instagram.com/sescsaoleopoldo. O Sesc tem trabalhado bastante esta nova onda de lives on-lines. Promove um circuito de corridas e caminhadas estacionárias (o Circuito Sesc de Correr em Casa - que já passou por Novo Hamburgo e Sâo Leopoldo, e que, aliás, tem a reta final das etapas programadas no dia 13, em Santa Cruz do Sul) e O Dia do Desafio deste ano, em 27 de maio, será nesta linha virtual, com transmissão pelo Facebook.  

Golpe das máscaras

A prefeitura de Sapucaia do Sul está fazendo um alerta para falsos fiscais da Vigilância Sanitária abordando pessoas sem máscaras e cobrando multa de 150 reais sob ameaça de levar à delegacia e prender o infrator se o valor não for pago. O uso da máscara é obrigatório em Sapucaia do Sul, destaca a prefeitura, mas não se cobra multa e muito menos vão ser presas pessoas. O trabalho é de orientação e conscientização. Denúncias pelo telefone 153 da Guarda. A Vigilância em Saúde também dispõe contatos pelos telefones 3451-0624, 3452-6119 e 99288-8004.

O cai-cai de ministros do doutor capitão presidente

E a queda do ministro da Saúde, Nelson Teich, menos de um mês após a queda do ministro Luiz Henrique Mandetta (que saiu dia 17 de abril), mostra que o governo federal tem uma regra bem clara: para não virar caso confirmado de saída, o ministro tem que seguir a receita "médica" do capitão Jair Bolsonaro: aprovar a cloroquina e acabar com o esta história de isolamento. Se não fizer isso, a fila anda novamente. É triste, nervosamente cômico até, mas tragicamente real.


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