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Do laranja para o vermelho, do vermelho para a agonia

Por Remi Scheffler
Publicado em: 20.06.2020 às 22:58 Última atualização: 20.06.2020 às 23:10

Até quando aguentarás tu, nobre e valente empreendedor do comércio varejista? Até quando continuarás dando soco em ponta de faca? Tu que, em tempos de normalidade, precisas trabalhar por longos cinco meses do ano apenas para honrar tua pesada carga tributária que te é imputada sem dó e sem piedade.
É bem verdade que o novo normal aflorou uma triste realidade para o comércio varejista, fomos atingidos em cheio desde o dia vinte de março e seguimos lutando bravamente até vinte de junho, porém tudo que está ruim pode piorar, e piorou.

A cruel quarentena a qual fomos submetidos, nos castigou com uma agonizante bandeira vermelha e esta pode ser, sem dúvidas, o último sopro de vida de quem, por três meses, se virou e se reinventou várias vezes para não demitir, para não falir, para não deixar seu funcionário no mesmo desespero em que o próprio patrão se encontrava. O advento da bandeira vermelha traz diante do comerciante um inferno astral, precisa se cuidar para não adoecer da Covid-19 e não transmitir o vírus ao seu próximo, mas há algo que as escrituras não rezam: 

Quem tem comércio tem uma grande possibilidade de definhar, não do desgraçado do vírus, mas sim do desgraçado do desgosto, da desgraçada da agonia e do desgraçado do desespero.

Dito isto, eu pergunto: De quem é a culpa? A culpa é minha, é tua, é de cada um de nós, de quem não acreditou na eficácia do uso da máscara, é de quem decidiu superlotar os supermercados com a família toda, é de quem foi ao shopping dar uma volta para matar a saudade, é de quem lotou bares, restaurantes e similares achando que tudo isto era apenas uma “gripezinha”, é de quem vai fazer sua caminhada na rua como se nada estivesse acontecendo.

O comércio fez a sua parte respeitando todos os protocolos exigidos pelo ministério da saúde e será o comércio o segmento mais atingido pelo regramento do novo normal. Que sina maldita esta de ser empreendedor no varejo, que sina maldita insistir em ser do segmento que mais arrecada impostos na municipalidade e acaba sendo sempre o patinho feio e o mais prejudicado.

Terá meu eterno respeito e minha infinita admiração o comerciante que conseguir passar por esta tempestade mantendo emprego, gerando renda e fazendo a economia girar mesmo com ventos contrários.


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