Publicidade
Desde criança, quando fui lobinho e escoteiro, ouvi dizer e aprendi que a Amazônia era nossa maior riqueza e nosso maior compromisso internacional, pois aquele mundo verde cumpria o relevante papel de "pulmão do mundo". Foi quando me explicaram o que a clorofila fazia com sua cor esverdeada resultante do espectro eletromagnético e de absorções que a luz refletida transformava no verde da mata. Pois bem, sem precisar consultar a Wikipédia - e já consultando para confirmar - lembro-me bem do que me explicaram sobre fotossíntese e seu resultado em oxigênio. E então, fazendo o "melhor possível" ou estando "sempre alerta", máximas que as saudações no movimento escoteiro transformam em missão, passei a zelar por qualquer plantinha que estivesse sob meu olhar ou ao meu alcance.
Isso tudo está arraigado em mim e por ser fiel aos juramentos que fiz, não posso ficar satisfeito e inerte ante o que fazem com nossas matas. Se há um ministro que apregoe a invasão da floresta por destruidores e desbravadores clandestinos tocados pelo mal, recomendando que "deixa estar e que passe logo a boiada", criticando atitudes de justa fiscalização, também acontece o indesejável afastamento de técnicos e peritos, que, servindo ao bem, colaborariam com toda a luta pela preservação daquele tesouro natural, que não é só nosso, mas da Humanidade.
E não se pode olvidar as barbaridades já feitas contra o patrimônio quilombola e indígena, surrupiado pela negação da justa demarcação de terras. Dentro das ações tendentes a impedir a proteção devida à Amazônia, foi exonerada a coordenadora de Observação da Terra do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Lubia Vinhas, que chefiava as equipes responsáveis pelo monitoramento da devastação da Amazônia e que, três dias antes de sua demissão, tinha divulgado números apurados por suas equipes de trabalho e que dão conta de um novo recorde nos alertas de desmatamento no mês de junho.
No cenário internacional, essas coisas repercutem muito mal e especialistas de parceiros do Brasil reclamam do descaso com os cuidados devidos à preservação daquele mundo verde. Sabemos que nada ocorre por descuido ou incompetência. Tem gente em instâncias governamentais estimulando os cortes e as queimadas. Poderá estar sendo determinada a asfixia global, por atitudes irresponsáveis de brasileiros com poder de decisão.
