Desde 2017, a taxa básica de juros – a Selic – não atingia dois dígitos no País. A taxa básica da economia que serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela, virou o ano em alta, fechando o ano em 9,25%. A expectativa é de que haja nova alta, de 1,50 ponto percentual. Isto quer dizer que o balizador do juros no Brasil poderá chegar a 11,25%.
Na prática, isto quer dizer que empréstimos e financiamentos ficarão mais caros, por exemplo. Por outro lado, rendimentos de aplicações, como a caderneta de poupança podem ter um ganho com esse aumento dos juros. Esse é o momento para refletir sobre as finanças e eleger o que é prioridade de investimento.
Outros tipos de investimento também incrementam a rentabilidade com a Selic alta. De acordo com professor da Feevale, José Antônio Ribeiro de Moura, A recomendação é que o investidor mantenha-se em títulos de curto prazo. “Com a alta na taxa de juros mantida, um título que traz segurança e liquidez é o Tesouro Selic e outras opções são o LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) que não tem Imposto de Renda no resgate e ficam próximos à taxa Selic”, sugere.
Moura enfatiza que o dinheiro “está mais caro”, por isso o consumidor deve avaliar o orçamento doméstico antes de tomar decisões. Antes de abrir a carteira, é preciso se perguntar sobre a necessidade de adquirir o bem e a utilidade que terá. Grandes investimentos como casa própria e carro novo entram nesta avaliação. “O mercado imobiliário e de automóveis podem ser afetados, embora o brasileiro sonha com a casa própria e ter um carro, que dá liberdade e autonomia, mas reforço a necessidade de olhar para o orçamento familiar e analisar se cabe.”.
Quando a taxa Selic é menor que 8,5%, a poupança rende 70% da Selic, um rendimento de 0,44 ao mês ou 5,43% ao ano. Todavia, se a Taxa Selic ultrapassa 8,5%, a poupança rende sobre o valor depositado, 0,5% ao mês + TR (Taxa Referencial: foi criada para substituir as correções pelo IPCA e servir de referência para as demais taxas de juros no Brasil).
Por exemplo uma taxa de juros de 8%, uma aplicação de R$ 1 mil rende R$ 54,30, totalizando R$ 1.054,30. Já com a taxa atual de 9,25% o rendimento da poupança, de 0,5% ao mês + TR (em torno de 0,05%), ou 6,17% ao ano + TR em torno de 0,05% e passa para R$ 68,00 ou no acumulado R$ 1.068,00.
Já a taxa projetada de 11,75% eleva o rendimento em torno de R$ 77,00 ou totalizando R$ 1.077,64.
Mas atenção! A taxa de 0,5% ao ano, independentemente da taxa de juros em vigor, portanto o que aumenta é a TR, mas muito pouco, fazendo que a poupança perca para outros investimentos de renda fixa.