Não se trata de uma questão estética: a presença da famosa "barriguinha" aliada à perda de força muscular acelera o declínio físico nos idosos - e, com isso, os riscos de problemas mais graves, como quedas e até morte. Embora seja esperado que, com o passar da idade, a pessoa perca força e ganhe peso, esses dois fatores juntos já são um sinal da dificuldade que se aproxima em executar tarefas diárias.
Para chegar ao resultado, os voluntários passaram pelos testes do "Short Physical Performance Battery" (SPPB), que avalia a desempenho físico a partir de parâmetros como velocidade ao caminhar, sentar-se e levantar de uma cadeira e equilíbrio. Nos homens, aqueles que tinham mais gordura no abdômen e menos força nos músculos tiveram uma piora mais rápida durante o período de acompanhamento. (Agência Einsten)
"Já se sabe que esses são sinais precoces do declínio funcional, aumentando o risco de quedas, incapacidade funcional e até óbitos", explica a fisioterapeuta Roberta Máximo, uma das autoras do estudo.
Ainda que a pessoa não note grandes dificuldades no dia a dia ao tomar banho, se alimentar ou cuidar da casa, por exemplo, essas falhas no desempenho físico já sinalizam um prejuízo funcional. Seria uma espécie de transição até a incapacidade total.
"O processo de declínio funcional é progressivo. Normalmente há um marco, como uma queda, mas quando isso ocorre, já havia perda funcional antes", diz Tiago da Silva Alexandre, professor do Departamento de Gerontologia da UFSCar e orientador da pesquisa. Identificar esse declínio a tempo pode ser essencial para evitar a incapacidade nas atividades diárias no futuro.
Sabe-se que o pico de massa óssea e muscular é atingido lá pelos 30 anos de idade. Depois, perto dos 40, começa um processo de perda. No caso da força muscular, chama-se dinapenia. Nessa fase, também aumenta o acúmulo de gordura, principalmente na região da cintura. O excesso de tecido adiposo na barriga e a perda de força muscular chama-se obesidade abdominal dinapênica. "Embora sejam processos separados, um exacerba o outro", diz Roberta.
A boa notícia é que é possível reverter esse processo - se não totalmente, pelo menos em parte. Os idosos devem praticar pelo menos 150 a 300 minutos de atividade aeróbica de intensidade moderada ou pelo menos 75-150 minutos de atividade aeróbica de intensidade vigorosa e se engajar no mínimo duas vezes na semana com os chamados exercícios resistidos, como a musculação.Também é preciso fazer testes e exames como a densitometria, para avaliar a saúde e capacidade física.
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