Bolsonaro atrai tucanos enquanto Lula confirma apoios de esquerda
PDT confirma apoio ao petista; PSDB libera filiados e uma onda de lideranças declara apoio ao atual presidente
A terça-feira (4) foi data de confirmação de apoios para o segundo turno que reforçaram a divisão entre esquerda e direita no cenário nacional. O PDT anunciou oficialmente seu apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que veio seguido de uma declaração tímida do candidato pedetista à presidência, Ciro Gomes. Do lado oposto, o PSDB liberou seus filiados no segundo turno em meio a uma onda de lideranças declarando apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL).
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Lupi ainda aproveitou para minimizar as rusgas entre os dois partidos no primeiro turno. “Mágoa só existe em quem não tem capacidade de amar”, afirmou o presidente. Poucos minutos depois, Ciro Gomes divulgou um vídeo corroborando a posição do partido, mas não deixou de disparar críticas aos dois candidatos que estão no segundo turno. Em tom resignado, o ex-governador disse que seguirá a decisão do partido, mas em mais de dois minutos de vídeo não disse em nenhum momento o nome de Lula como sendo o candidato que receberá seu apoio no segundo turno. “Gravo esse vídeo para dizer que acompanho a decisão do meu partido, o PDT, frente às circunstâncias é a última saída. Lamento que a trilha democrática tenha se afunilado a tal ponto que reste ao País duas opções, a meu ver, insatisfatórias.”
Tucanos voam à direita
Já o PSDB, que apoiou Simone Tebet (MDB) no primeiro turno, demonstrou nesta terça uma divisão profunda. Enquanto tradicionais dirigentes tucanos como Tasso Jereissati manifestaram apoio ao petista, um movimento de lideranças mais jovens foi ganhando força ao longo do dia, se direcionando para Bolsonaro. Candidata a vice na chapa de Tebet, a tucana Mara Gabrilli usou seu Twitter para afirmar que votará em branco no segundo turno. Confira declaração:
No 2° turno opto pelo voto em branco. Não dou meu voto para nenhum dos dois. Fico ao lado dos brasileiros e apoiarei o governo que defender meus ideais de país: inclusão, ciência, combate à corrupção, à fome e desigualdade. Serei oposição sensata. Serei sempre construção.
— Mara Gabrilli (@maragabrilli) October 4, 2022
A movimentação à direita começou pelo Rio Grande do Sul, onde o presidente licenciado do partido no Estado, Lucas Redecker, reafirmou o apoio ao atual presidente, anúncio que já havia feito no domingo (2). Em seguida foi a vez do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, derrotado em primeiro turno, declarar apoio a Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato bolsonarista que disputa o segundo turno do governo no Estado contra Fernando Haddad (PT). O apoio local foi colado à disputa presidencial, com Garcia declarando o apoio para Bolsonaro.
Indefinições locais no RS
A decisão de Garcia em São Paulo deixa o cenário ainda mais incerto no Rio Grande do Sul, já que sem a negociação no Sudeste, caberá apenas a Leite atrair o apoio petista para a disputa contra Onyx Lorenzoni (PL). Até o final da tarde desta terça, a campanha tucana não havia procurado os petistas em busca de apoio. Pretto teve apenas 2,4 mil votos a menos que Leite no primeiro turno, disputando com o ex-governador a vaga no segundo turno.
Ex-presidente estadual do PT, o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, também usou sua conta no Twitter para criticar Leite e apontar aquelas que devem ser, para ele, as exigências petistas para um eventual apoio ao tucano no segundo turno. Confira declaração:
Ao reconhecer erros de posicionamento na campanha de não impor oposição consistente ao Leite, quero fazer algumas colocações sobre 2o turno para governador aqui no estado. Precisamos iniciar logo processo de recuperação do campo de esquerda no Rs. Segue…
— ary vanazzi (@aryvanazzi) October 4, 2022
Outras legendas também seguem indefinidas sobre sua posição no segundo turno estadual. Ricardo Jobim (Novo) disse que a definição depende de quem assumirá compromissos com pautas liberais defendidas pelo partido, que incluem temas ligados à privatização de estatais como Banrisul, e mudanças na burocracia ambiental. No cenário nacional, Jobim confirmou que votará em Bolsonaro. Outros partidos ainda não definiram sua posição local, mas devem seguir as direções nacionais.
O PSB, que integrou o governo Leite, se reúne no final da tarde desta terça-feira para definir a posição no segundo turno.