Troca de acusações e poucas propostas marcam debate promovido pelo Grupo Sinos
Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL) trocaram acusações e críticas em encontro nesta segunda-feira (24)
Na reta final da campanha eleitoral, Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL) mostram que não vão baixar a temperatura na disputa pelo Palácio Piratini. A semana começou com os dois candidatos participando do debate promovido pelo Grupo Sinos, realizado na manhã desta segunda-feira (24). Durante o encontro, mediado pelo jornalista Cláudio Brito, os dois concorrentes trocaram diversas acusações e demonstraram disposição para um enfrentamento direto.
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Leite lembrou a declaração e cobrou uma posição de Onyx sobre o caso. "Não vi, nem ouvi, nenhuma palavra sua condenando, repudiando ou ao menos lamentando as palavras desse deputado do seu partido." Em sua resposta, Onyx desviou do assunto e buscou vincular Leite ao PT. "Nós emitimos uma nota combatendo a violência de aliados seus, do Partido dos Trabalhadores que agrediram uma família na Praça da Encol, também não ouvi nenhuma palavra sua. Mas eu não estou lhe cobrando porque não foram atos cometidos pelo senhor."
Confrontos
A postura de Leite na abertura do debate deu o caminho da tônica que o ex-governador adotaria durante todo o encontro. Mais agressivo, Leite buscou desqualificar a atuação de Onyx nos ministérios que atuou durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Onyx também manteve um tom crítico e bastante ácido contra Leite, e os confrontos diretos entres eles foram marcados por críticas pessoais, com menos aprofundamento das propostas de governo. Os dois se acusavam mutuamente de mentirosos, além de troca de farpas sobre corrupção.
Leite lembrou o caso de caixa 2 assumido por Onyx antes da eleição de 2014. "Foi em mala, foi em mochila, como o senhor recebeu esse dinheiro vivo", questionou o ex-governador. O adversário respondeu acusando, mantendo a temperatura alta.
"Nunca estive envolvido com nada de corrupção, diferente do senhor que tem aqui na EGR o senhor Marcelo Gazen que foi preso por R$ 22 milhões de desvio. O senhor não explica, o senhor se acovarda sobre isso."
Perguntas e propostas
Um dos momentos em que os candidatos apresentaram mais propostas foi no segundo bloco do debate, quando responderam perguntas dos jornalistas do Grupo Sinos.
Editora do Jornal de Gramado, Fernanda Fauth, questionou os candidatos sobre mobilidade na Região das Hortênsias. Leite defendeu convênios para as obras viárias e pontuou que pretende investir recursos estaduais em rodovias federais. Onyx falou sobre um "aeroporto da Serra" como forma de melhorar o fluxo de pessoas e mercadorias.
Repórter do Jornal NH, Débora Ertel perguntou sobre educação. Onyx defendeu uma secretaria da primeira infância e escolas de ensino integral em áreas carentes, além de parceria com o Sistema S. Leite defendeu as ações de seu governo e propôs que 50% das escolas de ensino médio tenham ensino integral.
Alecs Dall'olmo, editor do Jornal VS, perguntou sobre pedágios na RS-118. Leite afirma que não pedagiará a rodovia. Onyx criticou o projeto inicial da RS-118 que colocava pedágio em Viamão.
Juliano Piasentin, repórter do Diário de Canoas, perguntou sobre as filas para cirurgias. Onyx criticou os atrasos de pagamentos do IPE a hospitais. Leite negou destacou o Programa Assistir.