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Expointer R$ 4 BILHÕES

Expointer tem foco em inovação e projeta recorde de negócios

Retorno do público deve impulsionar vendas. Debates sobre temas como produção sustentável e avanços tecnológicos serão frequentes

Por Ermilo Drews e Susana Leite
Publicado em: 27.08.2022 às 11:08 Última atualização: 30.08.2022 às 20:41

Passadas as restrições por conta da pandemia, a 45ª Expointer aposta no retorno do público para bater recorde de vendas. A expectativa é que 600 mil pessoas circulem pelo Parque de Exposições Assis Brasil entre este sábado, dia 27, e 4 de setembro, movimentando R$ 4 bilhões em negócios, o que seria recorde da feira.

Da tradição do cavalo à tecnologia das máquinas, Expointer é a vitrine do agronegócio
Da tradição do cavalo à tecnologia das máquinas, Expointer é a vitrine do agronegócio Foto: Diego da Rosa/GES
Paralelo à retomada dos negócios e aos tradicionais julgamentos de animais, nesta edição temas fundamentais para o futuro do agronegócio ganharão ainda mais visibilidade. Inovação, tecnologia, produção sustentável, reservação de água, agricultura de baixa emissão de carbono e desenvolvimento econômico aliado à preservação do ambiente serão assuntos presentes em eventos técnicos.

Neste contexto, um dos principais espaços de discussão dentro da feira será o RS Innovation Agro. A realização é da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) em parceria com a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict). A iniciativa funcionará durante toda a feira e consiste em um hub para compartilhar, debater e divulgar soluções tecnológicas e de inovação no setor do agronegócio. "Queremos que a feira represente um Estado onde a harmonia e o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva são exemplos para o mundo", destaca o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Domingos Antonio Velho Lopes.


Secretário estadual de Inovação, Alsones Balestrin antecipa que mais de 60 startups voltadas ao agro, as chamadas agrotechs, vão participar do RS Innovation Agro, que ainda terá cem palestrantes ao longo da programação.

Balestrin pontua que a inovação não é fundamental somente para o futuro, mas para o presente do agronegócio gaúcho. "Seja no melhoramento genético dos rebanhos, na agricultura de precisão, no uso de GPSs, drones, máquinas automatizadas, ela já faz parte do dia a dia, otimizando recursos e tornando o negócio sustentável."

Mais produtividade e sustentabilidade

Coordenador do Celeiro Agro Hub, vinculado ao Tecnopuc, o professor Luís Humberto Villwock responde também pela Rede de Inovação no Agronegócio (Riagro-RS), criada neste ano no Estado e que congrega 16 instituições de ciência e tecnologia gaúchas que atuam na área, incluindo Unisinos e Feevale.

Villwock observa que, com as mudanças climáticas e o aumento da necessidade mundial por alimentos, o Brasil tem a "faca e o queijo não mão" para fornecer comida ao planeta. Mas precisa fazer a lição de casa, e isso passa pela inovação.

"O Brasil está no centro das atenções. Mas precisamos ser competentes em termos de produtividade e também mais sustentáveis do ponto de vista ambiental. Há toda uma agenda de preservação para que se possa extrair de áreas já exploradas mais produtividade, evitando avançar em biomas ainda não tocados", pontua o professor.

No entanto, para que o agronegócio brasileiro alce novos voos é fundamental ir além. "A agenda que temos é gigantesca e só vamos conseguir atendê-la com muita tecnologia e inovação. O agro brasileiro tem que brigar no dream team, e não em campeonato de várzea. Para isso, precisamos de alto desempenho e produção sustentável."

Agregar valor é possível

Villwock defende que o País agregue mais valor à produção, em detrimento de se contentar na exportação de commodities. Ele destaca, porém, que isso já acontece em alguns setores no Estado.

“O Rio Grande do Sul é um dos maiores produtores e exportadores do setor avícola do mundo. Esta carne vai transformada em nuggets, frango empanado, pizzas. Com isso, vendemos junto farinha de trigo, cebola, tomate, uma série de produtos que compõem uma refeição completa”, afirma.

O coordenador da Riagro cita também outros produtos, como vinhos e espumantes e azeites de oliva premiados nos principais centros de consumo. “Temos carnes de alta qualidade genética, de carcaça reconhecida pelo seu marmoreio. A ovinocultura também chegando no mercado de alta gastronomia. Tudo isso já acontece”, enumera.

Nas máquinas e implementos, novos tempos já são realidade

Tecnologia dos maquinários evidencia evolução do agro
Tecnologia dos maquinários evidencia evolução do agro Foto: Diego da Rosa/GES
Não é só nas rodas de discussão do RS Innovation Agro que a inovação estará presente na Expointer. Seja em novos produtos da agricultura familiar, no melhoramento genético dos animais ou na alta tecnologia embutida no setor de máquinas e implementos agrícolas, novidades estão sempre na vitrine da Expointer.

No setor de máquinas, principal responsável pelos negócios gerados na feira, empresas como a Jacto levam para Expointer tecnologias com conectividade e soluções que integram softwares às máquinas. Porta-voz da empresa, Wanderson Tosta explica que a mecanização no campo trouxe quatro benefícios principais ao produtor rural. O primeiro deles é a velocidade dos processos. “A agricultura tem uma janela bastante curta para as operações, mas a tecnologia trouxe esta velocidade, permitindo realizar as atividades no período de tempo adequado para cada cultura”, observa.

O segundo fator é a facilidade no manejo da lavoura. “Todas as ferramentas e máquinas hoje em dia facilitam trabalhos como pulverização, aplicação de produtos fitossanitários, plantio”, exemplifica. Mais comodidade e mais velocidade que garantem maior produtividade. “As plantas têm um potencial produtivo muito além daquilo que conseguimos extrair no processo de desenvolvimento dela, porque há uma série de perdas neste processo. Para conseguir tirar todo o potencial produtivo da planta, você precisa seguir inúmeros padrões, e a tecnologia traz esta precisão.”

Outra vantagem que a revolução tecnológica das máquinas e implementos agrícolas trouxe é a padronização, o que reduz custos. “Temos hoje inúmeros fatores numa produção que são incrontroláveis, especialmente os climáticos. Mas o maquinário permite padronizar e evitar desperdício de insumos.”

Além do ganho de produtividade visto nas lavouras, as tecnologias embarcadas nas máquinas são fundamentais para evitar desperdício, reforça Tosta. Cita equipamentos para aplicação de fertilizantes e pulverização, que economizam até 15% no volume de produtos.

"Outras tecnologias são até mais refinadas, com eletrificação das gotículas, o que facilita a deposição nas folhas e contribui para o controle de pragas", menciona. Cita ainda softwares de gestão de operações, por meio dos quais o produtor controla on-line o que acontece na lavoura. E hoje o acesso é a todo perfil de produtor porque a inovação está em diferentes tipos de equipamentos."

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