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Notícias | Canoas Mirrados e com machucado

Seca no campo prejudica preço e aspecto dos hortifruti

Verduras, batata, tomate e cebola já estiveram mais bonitos. Sacolões registram queda no movimento na pandemia. Agricultores sentem o prejuízo

Por Jeison Silva
Publicado em: 22.04.2020 às 12:12 Última atualização: 22.04.2020 às 12:35

Estiagem afeta o preço, e a qualidade dos alimentos colhidos. Em meio a tudo isso, medo de contágio pelo coronavírus resguarda a clientela e agricultores não escoam toda produção Foto: Arquivo/GES
O agricultor fica sempre na torcida pelo tempo bom. Só que desta vez, além da seca no campo, teve uma pandemia. O resultado veio em cascata: preço e aspecto ruins dos hortifruti, menos encomendas nos sacolões e prejuízo para o pequeno produtor.

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Em Nova Santa Rita, conforme a Emater, houve quebras de cerca de 60% nas áreas de folhosas, morangas, berinjela, abobrinha, pimentão (de verão) e 70% de perdas nas pastagens. Em Canoas, a produção ficou abaixo das cerca de 240 toneladas de alimentos produzidas por mês. O que vingou virou segunda linha.

“Falta de chuva afeta plantio de outono” Em Nova Santa Rita, em 2019, nessa época havia cerca de 160 hectares de produção colhidas das safras de verão (setembro até abril), com cerca de 2,8 mil toneladas de olericolas. “Mesmo os que tinha sistema de irrigação ficaram prejudicados pois secou os açudes”, afirma a extensionista da Emater Caroline Kolinski de Lima. “Em algumas regiões faltou água até para consumo, sendo necessário contar com caminhão pipa.”

Ouvida pela reportagem, a funcionária de um sacolão do Mathias Velho confirma as dificuldades. “O tomate subiu muito e o aspecto não é bom”, aponta. Ao menos, o preço melhorou: o quilo do melhor está R$6 e o inferior R$ 2,99. “Antes esse segunda linha estava custando R$ 6.” A batata que vem de um fornecedor de Cachoeirinha está mirrada e machucada.

Mas o consumidor pode comemorar a melhora do preço. “O tipo melhor sai por R$ 2,99 o quilo e o inferior a R$ 1,99 agora”, observa. “Há algumas semanas, o quilo da inferior saia por R$ 4.” A cebola também não está lá essas coisas. Até 13 de abril, totalizavam 31 os municípios que decretaram situação de emergência por causa da estiagem. Nova Santa Rita aguarda homologação por parte do Estado.

O decreto ajuda

Depois da seca, preços estão melhorando, mas Covid afasta demanda nos sacolões Foto: PAULO PIRES
“O decreto de emergência favorece o município a contratar alguns serviços, como caminhão pipa, dispensando longas licitações”, esclarece a extensionista da Emater em Nova Santa Rita Caroline Kolinski de Lima. “Para os agricultores, facilita para negociarem junto aos agentes financeiros suas dívidas, facilita para acessos a algumas politicas públicas.” Sem alface No Mato Grande, em Canoas, afamília Zudrever cultiva 3,5 hectares. “A seca afetou as alface crespa e americana, nem estou plantando mais”, explica Roni, 47. “Colhi um pouco, mas perdi muita muda e parei.” Foi azar, pois o preço da alface até melhorou depois disso. “A dúzia está entre R$ 10 e R$ 12”, conta. “Couve, rúcula espinafre voltaram a ficar com preço bom e sigo vendendo.” O risco de contágio afasta o cliente dos sacolões e as encomendas baixam para a família Zudrever. “Bem quando o preço da verdura subiu, começou o medo do vírus”, conta. Nova Santa Rita decretou situação de emergência por causa da seca na cidade.

Sem alface

No Mato Grande, em Canoas, afamília Zudrever cultiva 3,5 hectares. “A seca afetou as alface crespa e americana, nem estou plantando mais”, explica Roni, 47. “Colhi um pouco, mas perdi muita muda e parei.” Foi azar, pois o preço da alface até melhorou depois disso. “A dúzia está entre R$ 10 e R$ 12”, conta. “Couve, rúcula espinafre voltaram a ficar com preço bom e sigo vendendo.” O risco de contágio afasta o cliente dos sacolões e as encomendas baixam para a família Zudrever. “Bem quando o preço da verdura subiu, começou o medo do vírus”, conta.

"Setenta famílias na lida diária"

Em Canoas, a engenheira agrônoma da Emater, Aline Janke destaca que as 70 famílias comercializam na Ceasa e mercados. Mas o cenário de seca e isolamento social reduziu os ganhos. “Cultivam verduras: alface, couve, rúcula e temperos”, aponta. “Os programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e Alimentação Escolar (PNAE) compra deles.”

"Falta de chuva afeta plantio de outono"

Em Nova Santa Rita, em 2019, nessa época havia cerca de 160 hectares de produção colhidas das safras de verão (setembro até abril), com cerca de 2,8 mil toneladas de olericolas. “Mesmo os que tinha sistema de irrigação ficaram prejudicados pois secou os açudes”, afirma a extensionista da Emater Caroline Kolinski de Lima. “Em algumas regiões faltou água até para consumo, sendo necessário contar com caminhão pipa.”

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