O agricultor fica sempre na torcida pelo tempo bom. Só que desta vez, além da seca no campo, teve uma pandemia. O resultado veio em cascata: preço e aspecto ruins dos hortifruti, menos encomendas nos sacolões e prejuízo para o pequeno produtor.
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Em Nova Santa Rita, conforme a Emater, houve quebras de cerca de 60% nas áreas de folhosas, morangas, berinjela, abobrinha, pimentão (de verão) e 70% de perdas nas pastagens. Em Canoas, a produção ficou abaixo das cerca de 240 toneladas de alimentos produzidas por mês. O que vingou virou segunda linha.
“Falta de chuva afeta plantio de outono” Em Nova Santa Rita, em 2019, nessa época havia cerca de 160 hectares de produção colhidas das safras de verão (setembro até abril), com cerca de 2,8 mil toneladas de olericolas. “Mesmo os que tinha sistema de irrigação ficaram prejudicados pois secou os açudes”, afirma a extensionista da Emater Caroline Kolinski de Lima. “Em algumas regiões faltou água até para consumo, sendo necessário contar com caminhão pipa.”
No Mato Grande, em Canoas, afamília Zudrever cultiva 3,5 hectares. “A seca afetou as alface crespa e americana, nem estou plantando mais”, explica Roni, 47. “Colhi um pouco, mas perdi muita muda e parei.” Foi azar, pois o preço da alface até melhorou depois disso. “A dúzia está entre R$ 10 e R$ 12”, conta. “Couve, rúcula espinafre voltaram a ficar com preço bom e sigo vendendo.” O risco de contágio afasta o cliente dos sacolões e as encomendas baixam para a família Zudrever. “Bem quando o preço da verdura subiu, começou o medo do vírus”, conta.
Em Canoas, a engenheira agrônoma da Emater, Aline Janke destaca que as 70 famílias comercializam na Ceasa e mercados. Mas o cenário de seca e isolamento social reduziu os ganhos. “Cultivam verduras: alface, couve, rúcula e temperos”, aponta. “Os programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e Alimentação Escolar (PNAE) compra deles.”
Em Nova Santa Rita, em 2019, nessa época havia cerca de 160 hectares de produção colhidas das safras de verão (setembro até abril), com cerca de 2,8 mil toneladas de olericolas. “Mesmo os que tinha sistema de irrigação ficaram prejudicados pois secou os açudes”, afirma a extensionista da Emater Caroline Kolinski de Lima. “Em algumas regiões faltou água até para consumo, sendo necessário contar com caminhão pipa.”