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Notícias | Canoas CANOAS

Desenhos de irmãs estupradas pelo próprio pai levam família a descobrir abusos

Imagens de cunho precocemente sexual chamaram atenção da avó das duas crianças, de 6 e 8 anos. Homem, de 28, foi preso preventivamente

Publicado em: 23.02.2022 às 12:55 Última atualização: 23.02.2022 às 13:30

Um homem de 28 anos foi preso preventivamente nesta quarta-feira (23) suspeito de estuprar as próprias filhas, de 6 e 8 anos, no bairro Estância Velha, em Canoas. Segundo a Polícia, as crianças vinham sendo abusadas e constantemente ameaçadas pelo próprio pai, que prometia continuar com os abusos caso elas relatassem a situação a alguém. O crime foi descoberto a partir da análise de desenhos feitos pelas irmãs.

Irmãs pediam socorro por meio de desenhos
Irmãs pediam socorro por meio de desenhos Foto: Polícia Civil

A avó foi a primeira a perceber que algo estaria errado. Ela presenteou as netas com um caderno e, ao observar os desenhos, de cunho precocemente sexual, notou um pedido de socorro implícito. Conversando com a mãe das meninas, à época casada com o abusador, verificaram que o comportamento de ambas havia mudado – elas pareciam mais agressivas e muito chorosas.

Orientada a levar as filhas a atendimento, ela descobriu que as crianças vinham sendo abusadas sexualmente pelo próprio pai. Também eram coagidas para manter os fatos em segredo. Registrada a ocorrência policial, o crime foi confirmado a partir de depoimentos das vítimas de violência, os chamados "depoimentos especiais".

Conforme apurou a investigação, o homem chegou a enforcar a filha mais nova e a ameaçou de morte. A vítima de 6 anos relatou que, em um dos episódios de abuso, ouviu a irmã mais velha chorando e implorando ao pai que parasse com aquilo, mas mesmo assim ele teria seguido com os atos violentos.

Disse ainda ter notado que ele tinha muito nojo de urina e que, por esse motivo, quando percebia que iria ficar a sós com o pai em casa, urinava propositalmente nas calças buscando evitar os abusos.

Assim que a prisão foi decretada pelo Poder Judiciário, policiais da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Canoas cumpriram a ordem judicial no intuito de preservar a integridade física e psíquica das irmãs.

Atenção aos sinais

O delegado Pablo Rocha, titular da DPCA de Canoas, explica que a forma pictórica (por desenhos) de expressão é muito comum entre crianças e revela fatos que a vítima talvez não conseguisse expressar conscientemente.

Segundo o delegado, a criança, ao desenhar, se manifesta de forma livre, sem receios, pois julga estar sozinha, desvigiada, em seu mundo lúdico, sem a pressão e o controle dos adultos. "É o desenho, portanto, forma importante de manifestação do pensamento infantil, que deve obrigatoriamente ser objeto de grande atenção por parte dos pais, avós e cuidadores", alerta.

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